O artista Gedley Braga apresenta, a partir do dia 9 de fevereiro de 2008, sábado, às 12horas, para convidados, (dia 11/02 para o público), no Gabinete de Arte Raquel Arnaud a exposição individual “Obra Póstuma”.
O título “Obra Póstuma” surge de um escrito que estava inserido na individual anterior de Gedley Braga, a instalação “Love & Hate” (Gabinete de Arte Raquel Arnaud – São Paulo, 2005). Uma das partes daquela instalação intitulada “It’s my life”, trazia uma legenda inscrita em letras de metal aplicadas na parede da galeria, colocando um início e um fim naquela “re-presentação”: 1967 (ano de nascimento do autor) e 2005 (data de uma “morte virtual” que coincidia com a realização da exposição). Nessa legenda, também se inscrevia um preço de “seis milhões de dólares” como o valor de “It’s my life”, o que colocava, teoricamente, a obra como a mais cara no sistema das artes do Brasil.
“Obra Póstuma” é uma instalação composta de três partes: All That Jazz, Vanishing Point e Apocalypse e a proposta é reiterar um múltiplo especial do número três: o número “seis” como uma simbologia de uma circularidade em que algo sempre escapa, o dobro, o “duplo” de “3”, algarismo que, ao ser girado, se transforma na representação de um algarismo “nove” (“9”, o “quadrado” de “3”).
A instalação circula entre as idéias de um ponto de desaparecimento, de um abismo /catástrofe, a discussão de uma metafísica da presença literalmente colocada /descolocada [termo de Derrida] ou deslocada entre o chão e as paredes da galeria.
De acordo com Braga, essa nova instalação é “póstuma” em várias instâncias: a uma vida textualmente declarada morta, à finalização de uma tese de doutorado que discute a presença da escritura ou de um texto na arte contemporânea (e mostra, no próprio texto, como o “depois” pode vir “antes”) e a um processo de inversões, um ciclo dessa trajetória de três momentos documentados em um DVD [também inserido em uma “caixa preta”] lançado na ocasião da exposição [também uma das partes integrantes da “Tese na [da] caixa preta” com edições apenas sob encomenda]. Esse DVD apresenta como videoclipes [com trilha sonora cantada e executada pelo “finado autor”] os três momentos citados na tese: “Love & Hate”, “Mondo Bongo Mon Amour” e o próprio projeto da “Obra Póstuma”.
AS TRÊS PARTES DA INSTALAÇÃO
ALL THAT JAZZ é uma linha horizontal traçada no lado direito da galeria. Apropria-se aqui da parte positiva do “Love”, das declarações de amor e ódio aos artistas colecionados para esse projeto. A palavra JAZZ foi inscrita em todas elas de um modo desfocado e vazado. Segundo Braga, “tudo o que jaz, nesse caso, também é o espólio de um finado, uma coleção de obras de arte que ainda se reserva como um potencial de ações póstumas, como todos os espólios e heranças. Simultaneamente, a ironia perigosa da linguagem se insinua aqui, pois nenhum daqueles artistas colecionados será capaz de escapar desse destino de um dia jazer, de também serem constituídos/instituídos como potenciais [ou mananciais?] de ‘obras póstumas’, à revelia de seus próprios mundos ‘como vontade e representação’”.
VANISHING POINT é um conjunto de néons que começa, no alto da entrada da galeria, com a palavra “SHARK”. A seqüência de esculturas de néon descendo do alto da palavra SHARK / DARK inscreve seis vezes o conjunto tríptico das palavras “FADING ALWAYS HIDING”. Ao chegar ao chão, esse conjunto encontra a palavra “SPIRIT”. O “SHARK” separado por seis seqüências de “FADING ALWAYS HIDING” se conecta indiretamente com o “SPIRIT”.
APOCALYPSE trata-se de uma seqüência de dezesseis fotos deformadas, transformadas em quadrados e montadas como um grande quadro. As dez fotos superiores retratam dois pontos na rodovia “Fernão Dias".
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