A terça-feira gorda é um dos momentos mais esperados do carnaval de rua de Macapá. O bloco de sujos A Banda foi criado em 02 de março de 1965. Por ser uma música de protesto, o bloco adotou A Banda , de Chico Buarque, como tema. Hoje na Banda toca de tudo, frevo, axé, as tradicionais marchinhas e outros ritmos populares, sem esquecer, é claro, da música tema. Mas a origem vem dos tempos das batalhas de confete do Barrigudo no trem, do Bar Caboclo, do Canta Galo, do Bar Du Pedro no Mercado Central.
Junto com a Banda nasceu a Chicona, uma boneca com cerca de três metros de altura que é considerada uma das principais atrações e a matriarca da festa. Ela foi inventada por Cutião - ele era quem estava por debaixo dos panos da boneca gigante. Depois surgiram outros bonecos, o marido, Anhangüera, os filhos, Arizinho e Cuteão, e a boneca Iracema, uma homenagem à D. Iracema Carvão Nunes, esposa do Cel. Janary Gentil Nunes, primeiro governador do Amapá. O então governador, Roberto Souza Rocha, mandou a guarda municipal barrar a banda em plena avenida FAB. Isso por que o bloco estava apoiando politicamente o candidato a deputado federal, Coronel Janary, adversário do governador.
A brincadeira deu certo e todos os anos muitas pessoas vão para as ruas com suas fantasias improvisadas. "A Banda é a maior diversão do carnaval amapaense. Prova disso é que, há 41 anos, saÃmos à s ruas com apenas 100 rapazes vestidos de mulher e atualmente reunimos milhares de pessoas: homens, mulheres, crianças, idosos. A cada ano que passa ganhamos mais espaço. Antes não recebÃamos nenhum tipo de apoio ou patrocÃnio, mas agora as coisas mudaram. Tanto o governo quanto o empresariado local fazem questão de investir nessa brincadeira que passou a ser patrimônio cultural de Macapá", diz o presidente do bloco, José Savino. Ele afirma que em 2006 a banda espera 75 mil brincantes.
Para diminuir os Ãndices de violência durante o desfile, a diretoria do bloco criou estratégias. A principal é a distribuição de dez trios-elétricos, com bandas locais, para animar o percurso todo. Savino diz que a decisão é também uma solicitação antiga da população, a animação das bandas faz com que os brincantes gastem toda a energia dançando. Batidas de limão, maracujá, taperebá e gengibre são servidas gratuitamente aos brincantes. Até quem passou o carnaval inteiro em casa sai na varanda para ver A Banda, que percorre sete quilômetros de ruas e avenidas. Em 2006, partiu da frente do Amapá Clube, na avenida Presidente Vargas, e seguiu pela rua Cândido Mendes, avenida Henrique Galúcio, rua Tiradentes, avenida Feliciano Coelho, rua Leopoldo Machado e encerra na avenida FAB. No fim do percuso, a Banda se dispersa e se junta ao Carnaval do Povo.
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