FLIP 2011

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Cacau Amaral · Duque de Caxias, RJ
17/7/2011 · 0 · 0
 

Lurdinha vai à FLIP

abertura da FLIP foi marcada pela manifesração dos professores do estado. Em seu trigésimo dia de greve, cerca de 50 professores fizeram passeata da Praça do Chafariz até a sede da FLIP. Munidos de panelas, apitos, cartazes e até um caixão; eles proferiram a situação da educação fluminense para os frequentadores da feira.


FLIP, Flipinha, Flipzona, Off Flip

FLIP – O segundo dia da Lurdinha começou com o Manifesto por um Brasil Literário. O movimento promoveu um debare sobre a leitura no brasil. A Casa da Cultura ficou lotada. Chegar uma hora antes para pegar a senha não garantia uma cadeira no auditório.

Flipinha – Vários ônibus estacionam diariamente, de onde descem um batalhão de crianças. No palco, elas encenaram e cantaram um rap sobre os legumes. As árvores da Praça da Matriz ficaram cobertas de livros infantis pendurados.

Flipzona – Tivemos Cavi Borges em dose dupla. Ele falaria do processo de produção dos filmes da Cavídeo, mas mudou toda a programação e apresentou seus curtas na primeira sessão e o longa “Malditos Cartunisras†na segunda. Depois dos filmes, sim, o bate papo. Os cineastas de Paraty queriam saber como ele faz um filme de 300 mil com 30.

Off Flip – À noite aconteceu a inauguração do Núcleo de Cinema de Paraty. Gilberto Galvão deu uma verdadeira aula sobre o filme “Cidadão Kane†e como Orson Welles transformou um orçamento falido em uma obra prima. Depois foi a vez do Sarau no Zaratustra. O coletivo Poesia Maloqueirista, de São Paulo lançou o livro “Varal de Poemas. vol. 1″;. 20 reais.

Dentro da FLIP acontecem a Flipinha, para crianças, e a Flipzona, para jovens. Além destas tem a Off Flip, realizada pelo Silo Cultural em parceria com a Secretaria de Turismo, com a participação de 80 escritores.


Feira da música e teatro

Flipzona – Bate papo sobre “Jornalismo e literatura†com Edney Silvestre, autor do romance policial “Se eu fechar os olhos agoraâ€. Edney falou sobre o preconceito que sofreu na literatura por ser repórter de TV. A história mudou de figura após ter recebido o Prêmio São Paulo e o Prêmio Jaboti.

A casa onde acontece a Flipzona comporta aproximadamente 80 pessoas, mas diariamente acontecem shows com um público bem maior que esse. Para isso é utilizado o palco da Flipinha. Destaque para “Realidade Negraâ€, grupo de hip hop do Quilombo do Campinho. Localizado na Rio-Santos entre o centro de Paraty e a divisa com São Paulo, o quilombo tem um restaurante muito bom. O prato predileto é peixe ensopado com banana.

Teatro – “O outro†de Lourenço Mutarelli foi interprerado por ele mesmo na Cada da Cultura. Ao fim da noite, na tenda principal, aconteceu a leitura do texto “Tarcilaâ€, de Maria Adelaide Amaral. O texto conta a história do modernismo através de conversas entre Tarcila, Mario de Andrade, Oswald de Andrade e Anita Malfati.


UPP – Unidade de poesia dos pretos

Caminhando em frente a rodoviária ouvi um poeta cochichar com outro que acabara de descer do ônibus: “A repressão é forte, mas após às 10 da noite a gente vende quantos livros quiser.â€

Entendi que além da FLIP, Flipinha, Flipzona e Off Flip; existe uma outra feira acontecendo em Paraty. Não precisa ter olhos de águia para enxergar isso. Já no primeiro dia era possível ver o Borboleta de Mesquita vendendo suas histórias em quadrinhos; o casal de autores de cordel da Paraíba; o Chapolin; os poetas maloqueiristas… Fora uma porrada de gente que passa desapercebido aos nossos olhos. Uma porrada de autotes que se mantém uma semana em Paraty, sabe lá Deus como, vendendo e difundindo a literatura brasileira. Gritando “Vamos ler os poetas vivos!â€

Longe dos holofotes essa galera faz a gente refletir sobre o que é mais ou menos relevante para a arte de nosso país. Seja em uma das mais badaladas mesas, onde Joe Sacco difundia seu jornalismo da ilha de Malta, que nos transporta direto pras batalhas da Faixa de Gaza com suas atmosferas em quadrinhos que cospem em nossa insistência por colocar panos quentes no mito da objetividade. Seja nas mesas do pequeno Zaratustra, onde o poeta da praia do sono divide seus microcontos e desaforismos com a plateia.

Sérgio Vaz e sua trupe simplesmente detonaram o sarau do Zaratustra na noite de sábado. De longe o melhor momento da semana. Os poetas do Cooperiferia rasgaram a boca com sua arte descaradamente engajada, como eles mesmos berraram ao microfone. “Não nos peçam a paz porque queremos guerraâ€. Ou ainda: “Vamos implantar a nossa UPP – Unidade de poesia dos pretosâ€.

http://cacauamaral.wordpress.com/

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