Lei das Sacolas Plásticas e sua contradições

A Lei Municipal 9529/08 que proíbe a utilização de sacolas plásticas pelo comércio está me parecendo um tanto quanto contraditória. Outro dia fui ao supermercado e vi um dos funcionários usando sacola transparente da sessão de verduras para embalar outros produtos como sabonete e latas, ou seja, utilizando o saco plástico do hortifruti no lugar da sacola plástica com alça que foi proibida.

A lei no ambiente do supermercado se restringiu às sacolas do caixa. Complicando a vida do consumidor, afinal não saímos de casa todos os dias com as badaladas ecobags. As mesmas continuam reinando em seus outros ambientes como na sessão do açougue, dos frios, do sacolão, da padaria. Só se vê sacola plástica por toda a parte, mas na hora de pagar o cidadão tem que carregar aquele tanto de saquinho transparente para casa, ou “comprar� as mesmas sacolas que foram proibidas.

Acho que a Lei é digna e merece adesão de toda a população. Mas vamos fazer as coisas direito. Se não é pra ter sacolas plásticas, que isso não seja uma verdade somente na hora de pagar. Hoje fui ao supermercado, como de costume, e flagrei uma senhora também usando as sacolas transparentes da sessão do sacolão para embalar seus produtos. Tirei fotos para ilustrar este artigos.

O brasileiro é um bicho que dá jeitinho pra tudo. Sendo assim, ou façamos a Lei ser exercida de forma plena, ou vamos ser obrigados a ver gente de idade tendo que cometer gestos subversivos como pegar sacolas no interior do estabelecimento, já que dentro das lojas a Lei não está vigorando.

Outro problema muito grava é que estamos tirando o trabalho dos catadores de papel e papelão que antigamente pegavam dezenas de quilos de papelão nas lojas, que não doam mais as mesmas pois os clientes agora precisam delas para levar as compras para casa. Uma lei que vem para ajudar a sociedade, acaba trazendo uma série de contradições.



Rafael Sol - BH 03.02.12