Mistério em Macapá

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PauloZab · Macapá, AP
20/3/2006 · 6 · 0
 



- Não toque na maçaneta - disse o experiente Detetive Cooki Suzuki a um policial que o acompanhava.

Estavam no segundo andar de uma residência no Bairro Santa Rita na Cidade de Macapá. No andar de baixo uma mulher de idade, chorando, dava algumas informações a um policial civil, que anotava tudo.
O Detetive Suzuki fora chamada às pressas de São Paulo para investigar o caso. Estava agora abrindo a porta do quarto do filho de uma família tradicional amapaense. Em seu interior encontrava-se o motivo de tanta movimentação que já gerava olhares curiosos de quem passava pela rua. Todos queriam entender o que tinha acontecido na casa do Juiz Marlon Santana, mas jamais poderiam imaginar que, neste momento, o jovem Rafael Santana estava sentado no meio de uma das paredes brancas de seu quarto todo sujo de sangue. Na direção do que sobrou de sua cabeça, mais ou menos há um metro e setenta centímetro do chão, encontrava-se pedaços de seu cérebro, sangue e o buraco cavado pela bala que havia atingido o rapaz. Um jovem de 25 anos, solteiro e de carreira garantida estava agora ali, sem vida.

- Encontraram a arma? - Indagou o Detetive Suzuki ao chefe da Polícia Civil de Macapá conhecido como Delegado Gerônimo.
- Sim Senhor, está em baixo da cama! - Respondeu o Delegado meio nervoso, pois ainda estava assustado com tanta movimentação provocada de uma hora pra outra.
- E por que ainda não enviaram a arma para exames? - Perguntou o Detetive que, a esta altura, olhava para os outros policiais e para o Delegado com um incômodo olhar de superioridade. Meio gaguejando o Delegado respondeu:
- Estávamos esperando pelo senhor, Detetive! Mas a Polícia Técnica também está sob suas ordens, posso chamá-la agora se o senhor quiser.
- Existem certos procedimentos que são básicos cujos resultados poderiam estar prontos e não me fazendo perder tempo, Delegado Gerônimo.

O Delegado apenas fez sinal de positivo com a cabeça e ordenou que a POLITEC entrasse. Internamente ele estava mais nervoso que o normal. Jamais imaginou que isso poderia estar acontecendo aqui no Amapá. Justo ele que havia se transferido de sua stressante situação em Porto Alegre em busca de paz e tranqüilidade na Amazônia. " Em uma cidade de menos de meio milhão de habitantes não deve acontecer muitas coisas", pensou ele antes de se transferir. Mas agora, com todas aquelas autoridades ligando ele sente que chegou a uma conclusão equivocada. Sentia-se frustrado também, pois agora tinha que aturar as ordens da figura arrogante do Detetive Suzuki. Jamais esperava passar tanta vergonha na frente de seus subordinados, "mas tudo havia de terminar bem", resmungou.

- Suponho que a janela já estava aberta quando vocês chegaram, não? - Questionou o Detetive ainda mais irônico e desdenhoso.
- Estava aberta sim! Disse o Delegado Gerônimo, irritado, mas querendo parecer firme e direto em sua afirmação.
- Tirem as digitais que podem estar nas janelas também. Aproveitem para verificar o calibre da arma, pelo menos. - Falou o Detetive com um leve sorriso no canto da boca ao proferir esta última frase.

*Continua nos próximos dias

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