AtualÃssimo, o artigo a seguir foi o resultado de um exercÃcio de tradução (do esperanto, que já, por falta de prática, desaprendi), do tempo dos anos 80/90, quando, interessado em conhecer a literatura de outros povos e culturas, fiz curso e assinei revistas e publicações relativas a esse idioma universal. Publico-o aqui por considerar bem oportuno, face à s ainda recentes repercussões na mÃdia nacional das manifestações de preconceito e discriminação emanadas via Twitter por uma estudante de Direito, paulista, de classe média, contra os nordestinos, tentando marginalizá-los, numa sociedade cada vez mais etnocêntrica, como o é a do eixo econômico-polÃtico-social e cultural Rio-São Paulo, especialmente deste último, em que grassa a intolerância.
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PESSOAS À MARGEM DA SOCIEDADE
A sociedade moderna atinge sempre os mais grandiosos fins do ponto de vista tecnológico, o progresso afigura-se mais e mais ilimitado, e parece que nosso mundo poderá evoluir infinitamente por ele.
Porém, atrás da cortina de progresso técnico se oculta uma ATOMIZAÇÃO do ser humano: cada passante, na rua, aparece como um estranho, ou como inimigo.
Um número sempre menor de contatos interpessoais caracteriza nossa vida: na época dos computadores e robôs, está-se todo tempo mais sozinho.
Esta tendência geral atinge principalmente as pessoas mais sensÃveis: a sociedade muitas vezes não se dispõe a aceitar pessoas despadronizadas, e isola muitas dessas, as quais não entram em sua lógica.
Dentre vários componentes dessa marginalização, os principais são os seguintes fatores:
ECONÔMICOS – Um dos traços da nossa sociedade é que ela baseia-se na produtividade das pessoas e as que não se encontram aptas para fazer isso (produzir) são freqüentemente empurradas para o lado; assim, desempregados, idosos, pais/mães sós, os sem-teto e mulheres dificilmente conseguem viver com decência nem encontram ajuda pessoal e institucional para melhorar sua situação.
CORPORAIS – Doentes, deficientes fÃsicos, idosos, aidéticos, viciados devem lutar muito mais, diariamente, numa sociedade que não se dispõe a aceitá-los, rejeição exemplificada, nas cidades, na não criação de estruturas que tornem possÃvel à s pessoas em cadeiras de rodas atingirem seus objetivos ou na negligência da necessidade que alguém cuide dos idosos ou doentes de AIDS.
CULTURAIS – Imigrantes e minorias internas não podem – na sociedade que mais e mais tende a uma uniformização – encontrar espaço para conservar sua cultura e seus costumes, e muitas vezes também não conseguem encontrar um lugar na maioria governante, por causa de sua origem. Assim, nascem guetos, quer fÃsicos quer morais, e feridas inter-raciais aprofundam-se.
CRENÇAS – Eleger uma conduta de vida que não é aceita pela sociedade significa, na maioria das vezes, ser marginalizado. Ser homossexual, crer em religião diferente da “oficialâ€, opor-se ao regime, pertencer a esse ou outro movimento significa, no mÃnimo, ser olhado com desconfiança.
Com especial olhar para a situação da Europa, nós nos esforçamos, por meio da ajuda de especialistas, para encontrar respostas a questões como: qual é o significado de “normalidade†na sociedade moderna? Como e quando um grupo [e/ou indivÃduo] torna-se marginal? Quais são os grupos [e/ou pessoas] que mais se arriscam à marginalidade? O que a sociedade pode fazer com e para eles?
Na consciência de que é difÃcil encontrar solução para esses problemas, nós também nos esforçamos conjuntamente em discutir sobre os mesmos e propor, como pessoas e esperantistas, algumas alternativas.
Artigo original (em esperanto) : Revista Kontakto (número da edição e data de publicação indisponÃveis)
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