Tiradentes “Cinérgica�

Alguns vieram de São Paulo, outros do Rio, mas a maioria são mineiros mesmo. Esse é o grupo que compõe o quadro cinérgico [com perdão ao neologismo cinematográfico] de viventes e colaboradores da cobertura da 16ª Mostra de cinema de Tiradentes. Os trabalhos começaram 18 de janeiro e de pouco a pouco, pela convivência diária, as relações foram se criando. Pois, afinal, ter a oportunidade de dormir e acordar na mesma casa com as mesmas pessoas é algo que vai gradualmente naturalizando a convivência, e intensificando os cordialísmos.

O refúgio dessa galera se localiza em uma residência alugada a algumas ruas e morros próximos ao centro de operações e casa cultural Yves Alves. É nessa simpática casa, digna de uma pacata e histórica cidade mineira, que planejamos ações para o dia seguinte, conversamos e alçamos estratégias até madrugada. Em uma troca de experiências infinitas [que pela minha opinião intimista, vejo como a força mor dentro da Escola de vivências FdE]. Nesse mesmo lugar onde rolam as descontrações, as piadas, os mexidões de sobras de almoço geram uma convivência quase familiar.

Nesse meio, onde trabalho e prazer misturam-se, o saber coletivo reina. Como se o conhecimento mútuo fosse constituído de peças de quebra cabeça, completando-se. E se o resultado desse trabalho levasse um pouco de cada ser em si. Nesse jogo, onde todos funcionam como peças “humanóides� de saber compartilhado, o vivente é um ser privilegiado por participar dessa grande confraternização.

Marlon de Paula, 3 de fevereiro de 2013