Rogério Silvério de Farias Tubarão, SC

A vida é apenas o caminho sombrio para a morte,nós somos os mortos-vivos caminhando com nossa mente, em passos trôpegos, e o horror cotidiano suplanta de forma bestial todas as delirantes histórias de terror contadas pelos mestres da literatura. No final, não passamos de meros e desgraçados fantoches do destino, de Deus, do Demônio. Ou de qualquer outro sacripanta que governa. Estaremos sempre e sempre irremediavelmente perdidos, sempre trancafiados na cova negra de nós mesmos, e a solidão é o calabouço eterno dos que estão acima dos demais. Faço da difícil arte de escrever um hobby que toma ares de minha profissão de fé. Ler é meu tônico; leio livros, olhos e almas. Gosto de literatura, particularmente a fantástica; com toda a sua criatividade, ela me mostra que ainda há esperança para o Homem como entidade realmente pensante, mesmo nisto que se tornou a vida, contagem regressiva para a morte na ponte do Tempo. Mesmo ele - o bicho Homem - ainda não existindo como entidade cem por cento racional e além do bem e do mal, no sentido mais ético e amplo que isto implica. No mais, meus detratores e inimigos não me fazem nem cócegas;já meus amigos - poucos, bem poucos - são sóis que brilham na minha escuridão. Esta é minha vida poética; a outra vida, a prosáica. a analógica, é apenas circunstancial e tão semi-irreal quanto esta, a digital. Mas no final, somente os sonhos prevalecem, ígneos, áureos, resplandescentess, justos, belos e puros. E como sou puro até mesmo nos erros, perdôo-me, porque não sei o que faço, ainda mais quando acerto. O horror, amigos, o horror! O horror é uma cova abissal!