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Rafaela Hernandes
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Rafaela Hernandes. · Várzea Grande, MT
20/7/2012 · 1 · 0
 



Não me contive à tamanha pureza
No escuro de minhas noites
Houve um dia

Nem a beleza de uma rosa
Nem o delírio de um verso
Vieste desabrochar-me

Nada nessa pequena existência
Foi ou será avassalador
Nem me regrará

Só preciso saber do que vi
Do que ainda não destruíram
Do que nasce belo e puro

Me ensinaram o que eu nunca deveria aprender
E desaprendi o que eu nunca deveria desaprender
Mas se reconheço, isso me parece inato

Por que me arrancas?
Por que me tiras?
Pois sois cruel

Sua palavra de desamor
De escolhas, de livre arbítrio
Para escolher a quem desamar

Abre-me um buraco na alma
Esculpe em mim sua sujeira
Que aparenta-lhe obra de arte

Me recuso, me assassino
Escarneço o que fizeste de mim
Do que andava solto nos campos
Do que era belo e puro

Do que é belo e puro
Só compreendem as crianças
O coração infantil detém mais amor
Que qualquer coração adulto

As crianças é que sabem amar
Pois não leram manuais de amor
Seu amor é inato e profundo

Crianças dão as mãos
Sem importar-se
Pois ainda não sabem que é ''errado''

Quando dizem de esplêndido
Vejo crianças
Flor sem espinhos
Rio manso
Sol aberto
Cidade sem ratos
Cheiro de vida
Livro aberto
Poema recitado
Riso fácil

Ao meu entardecer
Quero a ternura perdida
Da criança que tive

Retornar ao ventre
Que me deste a vida
Para amar e não desamar

Escrevo com palavras de adulto
De minhas criancices
Do amor que me falta
Mas principalmente do desamor que me amarga

Afinal, não sou mais criança
E só consigo poetizar meu desamor
Sobre esse amor incompreendido...

O de criança.


Foto tirada 11/07/2012. Não sei o parentesco das crianças, e não é minha intenção abusar da imagem delas. São crianças, livres ainda do preconceito, sobre dar as mãos a um ser humano do mesmo sexo. As crianças querem dar as mãos... Não importa quem seja. Crianças são puras e livres da imundice na qual quando adultas serão inseridas, mas elas irão crescer e quem sabe daqui alguns anos já estarão de cabeça feita sobre dar a mão a um amigo e sair na rua, nem que seja para atravessa-la. Triste perda! As crianças amam antes de pensar em qualquer preconceito. Eu me lembro que em algum tempo atrás já fomos capazes disso!

Sobre a obra

Não me contive à tamanha pureza
No escuro de minhas noites
Houve um dia

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informações

Autoria
RAFAELA HERNANDES GODOY
Ficha técnica
Das infâncias
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