Não é o pó da estrada
o vermelho nos ombros
e nem água do céu
o incolor transbordante.
Não é água de chuva
que empapa a camisa.
Não são bolinhas de sabão
que estufam as palmas.
Não são rasgos de arado
que lanham a testa fundo
nem o peso dos troncos
que envergam as costas.
Não são pedras de rio
que fazem nós nos dedos,
muito menos nevoeiro
que enturva a vista.
São os anos, são as vidas
muitas vezes vividas
na única vida
que deforma e estropia,
enevoa e embranquece,
abrem sulcos e fecham
definitivamente
a definitiva porta.
É a vida que se esvai no decorrer do tempo
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