Eu devia, confesso,
escrever aqui uns versos.
Dilema avesso,
talvez mesmo até um poema.
Dou-me por conta,
tão-só vontade não basta.
Que é preciso precisar,
reinventar, para criar
o novo, o belo,
o instigante e não mesmificar.
Daà se-me foge a inspiração,
se um dia houve.
Duvido das próprias dúvidas
dantes dirimidas.
Resta o ressaibo dolorido
das imprecisões, já.
As musas me deixaram, mais não encantam?
Estarão a tramar entre si se me abandonam?
Quanta crueldade no mundo há
e eu tão mudo!
"Queixo-me às rosas",
paciente, elas silentes:
A fruição dos perfumes, entanto, insuficiente é.
Da fome, da miséria fÃsica e moral sei também.
Da ânsia exacerbada da libido,
da sensualidade,do romance, da paixão suponho saber, e bem.
A palavra chave, as chaves dos corações
nem próximas de mim estão.
Agora devia eu falar.
Dou-me conta,
a alma vazia espanta a poesia.
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