The country of corruPTion

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Remisson Aniceto · São Paulo, SP
8/10/2014 · 0 · 0
 

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The country of corruPTion

Dizem que a voz do povo é a voz de Deus, mas se após as eleições pudéssemos perguntar a Deus se o candidato escolhido por Ele foi eleito, qual seria a resposta? Aquele que tudo sabe, que tudo ouve, que tudo vê, que tudo sente, que tudo pode, certamente não vai ocupar Seu tempo com um assunto tão sujo.
A corrupção sempre existiu, no mundo todo e em todos os setores, públicos ou privados, em maior ou menor grau, mas tenho até medo de saber como os povos de outras nações classificariam o Brasil numa pesquisa de honestidade e competência políticas.
Suponhamos que houvesse aqui no Brasil uma competição como o nosso carnaval, onde cada país fosse uma escola com seu carro alegórico, os carnavalescos fossem os políticos e os quesitos fossem Saúde, Educação, Segurança, Futebol, Transporte, Honestidade, Corrupção, por exemplo. As notas do Brasil seriam anunciadas mais ou menos assim: Saúde, nota um; Educação, nota um; Segurança, nota um e meio; Futebol, nota quatro!; Transporte, nota três; Honestidade, nota ZERO; Corrupção, nota DEZZZZZZZ!!!!!!!!
Será que existe (ou algum dia existiu) algum postulante respeitável a presidente desta “terra de Nosso Senhor“, como escreveu Ari Barroso? Na verdade, nosso país há muito passa por momentos políticos tempestuosos, como na noite em que o compositor criou a “Aquarela do Brasil†e “Três Lágrimas“. Como era doce aquele beijo bem roubado na fase infantil dos protagonistas da canção…
Na era Vargas ainda não éramos bombardeados com tantas mentiras e falsas promessas na tv, cuja primeira transmissão ocorreu exatamente naquele ano. As notícias chegavam nos folhetins, nas revistas, no rádio...
A chuva forte obrigou Ari Barroso a ficar em casa e compor estas canções; hoje a política tempestuosa, imunda, as falcatruas, os acordos secretos, a roubalheira geral, a insegurança que assalta a população não nos permite viver com dignidade, não nos deixa sair de casa sem corrermos o risco de ser mortos na primeira esquina.
Como alguém pode dizer que o povo deve analisar cada proposta dos candidatos e sua trajetória política para escolher bem em quem votar, se os que estão no poder há tantos anos, mesmo aqueles que ainda são considerados honestos, nunca fizeram algo relevante para o país? Como votar em um novo candidato, se praticamente todos os novos que elegemos cambiaram pelo mesmo caminho dos outros?
Como confiar no PT pós Lula, que roubou toda a nossa esperança de um Brasil melhor?
De que adiantou "abrir os registros", escancarar a política, se nenhuma providência é tomada contra os corruptos, se existe sempre uma imunidade parlamentar, se não se devolve o produto roubado (dinheiro, imóveis, aviões, etc, porque a confiança roubada não há como devolver), se velhas raposas como o Jenoíno, jenuíno exemplo para os novos políticos, "adoecem" para não ser punidos e não se aprovam projetos de lei neste sentido?
Não pense o leitor que nos governos anteriores era diferente, é que tudo ficava bem mais escondido, a podridão não vinha à tona. Porém, se os atuais governantes queriam um governo transparente -como o povo merece- então que houvesse a devida e efetiva punição para todos os envolvidos na má gestão dos seus mandatos, em todos os partidos.
Como crer numa política que fecha os olhos e emudece quando é desmascarada, inocentando seus partidários?
A idílica Aquarela do Ari foi composta quando o Brasil enfrentava um quadro de miséria e repressão. O povo, que vivia temeroso com os rumos da política e da guerra, alimentado como hoje pelos discursos demagógicos, sonhava com um paraíso como o descrito na música. Transcorridos 75 anos, passados tantos governos, o povo continua sonhando com um paraíso, querendo respeito, trabalho, educação, saúde, dignidade... tudo o que só é possível com governantes justos e comprometidos com o progresso do país e da população.
Difícil saber onde estão escondidos estes heróis.
A Dilma teve 4 anos (tempo mais do que suficiente) para mostrar a que veio e mostrou da pior forma possível. Dá pena ver que brasileiros ainda votaram nela neste 05 de outubro e é triste ver a massiva votação reelegendo Marco Feliciano e Jair Bolsonaro, exemplos de políticos que denigrem a imagem do nosso país. Já imaginaram se algum dia um destes dois for eleito presidente? O maior dó é fazer parte de uma minoria que não tem forças para vencer tantos eleitores despreparados e outros tantos interesseiros (como os políticos).
Não se pode confiar numa política que não prioriza o bem comum. E não existe um melhor ou pior numa numerosa gang de corruPTos e incomPeTentes, seja de qual partido, num país de tantos e inúteis partidos.

PonTo.

Remisson Aniceto

Sobre a obra

Esboço sobre a atual situação política brasileira neste finalzinho de 2014

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Autoria
Remisson Aniceto
Ficha técnica
Este texto foi escrito um dia após as eleições de 05/10/2014 e expressa a opinião do autor.
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