Verdades transitórias
A única coisa madura escapou-me, talvez uma pitada de luz ou um bocadinho de escuridão; talvez apenas a lágrima de um palhaço ou um sorriso dissimulado de um prisioneiro qualquer; talvez a fé que, de tanto mover montanhas, cansou; talvez o beijo na amante de um marinheiro em outro porto...
Quem sabe ali, bem no meio do caminho, não há distância suficiente para se enxergar uma paixão doente...Somente existirão estrelas no céu enquanto pessoas as olharem, as observarem, quando lhes viram as costas, provavelmente elas desaparecem. É assim também com as coisas tangÃveis ( e as estrelas não são tangÃveis? ) , no que as perdemos de vista , não há como assegurar que permanecem ou se extinguem...Não há como prever se uma pessoa acabou de chegar na tua vida ou se ela já está indo embora...Só se pode ter certeza, perguntando-lhe...Mas se a resposta não for convincente como nenhuma de coração o é , de todo, então também não há o que lamentar, pois o que resiste bravamente ao fim e ao inÃcio são pedaços de sentimentos perecÃveis...
Não há nada mais triste do que aquilo que não existe nem no imaginário dos seres de ficção...Incapaz de se comunicar até por figuras de linguagem e de ser comunicado por estas mesmas figuras...Algo do que não se têm dúvidas, nem afirmações, nem requisitos plausÃveis...Mais ou menos como uma sombra no deserto ermo e descampado, ou um vinco no caminho do cetim virgem...
Dentro de nós há um lugar, semi-oculto, semivivo, semi-morto, no qual tudo é possÃvel, até o impossÃvel...
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