aLe ou Sua visão de poesia nunca mais será a mesma.

aLe
Cada cubo nós podemos chamar de mundo.
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Labes, Marcelo · Blumenau, SC
2/11/2007 · 96 · 0
 

Há que se dizer: talvez o mais importante da criação eletrônica seja, hoje, que ela não pode ser determinada a um espaço. Então se diz: a poesia eletrônica brasileira. Como a internet acaba derrubando muitas das fronteiras impostas, o que se pode dizer, quando muito, é se tratar da criação de um poeta brasileiro, catarinense. E em português. Aliás, eis o grande “uau” desse texto.

Da primeira vez que ouvi falar de Alexandre Venera, o nome passou despercebido. Já, na segunda, tratei de pesquisar a respeito no Google, e eis a minha surpresa. Venera, que é dramaturgo, poeta, vj e multimídia é celebrado em alguns dos sites mais bacanas de poesia visual da web. E pela primeira vez pude perceber um “Alexandre Venera mora no Sul do Brasil, em Blumenau”. Isso em inglês ou francês, não lembro.

Mas foi a primeira vez que topei com a série aCaRamBoLa. A série silábica de múltiplas interpretações (do artista, são 64 — e, claro, as nossas se ilimitam) varia entre o surpreendente e o improvável e dá um novo significado à poesia em língua portuguesa. Eis a surpresa: ao mesmo tempo em que se pode procurar uma classificação à poesia de Venera dentre as escolas literárias tradicionais (bem poderíamos dizer tratar-se de um pós-concreto, pois agora lida com movimento, som, 3D etc.) nos afastamos da racionalização para podermos contemplar. Contemplamos a obra (e seus múltiplos significados) e contemplamos o artista (e suas múltiplas tentativas de significação) para enfim determiná-lo, neste caso, poeta. Mais, não me arrisco.

No sítio determinado, encontramos também o recém lançado cd-rom 6x Juliana Teodoro Alexandre Venera . Ricamente prefaciado pelo poeta visual Jorge Luiz Antônio, 6x JT AV é um resumo de esforços empenhados entre 2000 e 2001 e que agora é lançado em formato cd pela Fundação Cultural de Blumenau, via Lei Municipal de Incentivo à Cultura. Os trabalhos apresentados são resultado da união de esforços de Juliana Teodoro e Alexandre Venera, ambos parceiros ativos na produção dignamente chamada marginal do Vale do Itajaí, em reler, recriar e co-criar arte eletrônica. Em parceria com 6 artistas do Brasil, da Alemanha, da Argentina e do Uruguai, 6x JT AV remete, copia, transfere significados (sempre múltiplos) às originais criações desta dupla atuante da cena artística catarinense.

No site aLe, também nos deparamos com o mundo paralelo em que somos inseridos ao lidar com informática. A série PIXELS, que poderia bem ser uma viagem lisérgica, permite outras leituras acerca da denominação tecnológica, ainda mais quando eles, os pixels, parecem invadir o nosso mundo, do lado de fora da tela, para nos levar com eles para a matrix digital de onde surgiram.

Colaborativo, porque fruto sempre de múltiplos esforços oriundos sempre de vários lugares ao mesmo tempo, e interativo (isso o leitor vai perceber, com certeza) o conteúdo desta página da internet vai muito, muito além do esperado e certamente traz novos significados àquilo que podemos chamar literatura brasileira. Ou melhor: literatura feita no Brasil. Ou ainda melhor: literatura produzida por brasileiros.

aLe merece muitas visitas, merece muitas falas e certamente aplausos. No entanto, fica o leitor, por hora, convidado a entrar nesse mundo — esse sim! — paralelo e tomar as suas conclusões. Ou não. aLe não é um sítio conclusivo, mas provocante, pois provoca ao mesmo tempo o leitor e a literatura. Deixe-se provocar, então.

onde fica
aLe
por que ir
No link 6x há uma fala interessantíssima de Jorge Luiz Antônio que nos prepara para entrar no mundo eletrônica de Venera e Teodoro. Mas dá para exemplificar: o conteudo de aLe é contemporaneíssimo. E por se tratar de um esquema muitas vezes colaborativo de criação artística, pode servir de grande exemplo.
quando ir
Tá na net, né!
quem vai
Até onde dá pra se perceber, o conteúdo de aLe, embora comemorado mundo afora, tem pouca visão do público brasileiro. Talvez, não. Talvez até o público do Brasil tenha passado os olhos pela criação destes artistas - e isso fica claro com as parcerias ali contempladas. De qualquer forma, há um grande público eletrônico que ainda não conhece o mundo virtual-poético-absurdo proposto neste sítio.
website
http://ube-164.pop.com.br/repositorio/1678/meusite/

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