A torcida do Corinthians inventou de protestar contra a Federação Paulista de Futebol, a Confederação Brasileira de Futebol, a rede Globo e até a máfia das merendas do governo Geraldo Alckmin. Essas manifestações têm dois aspectos curiosÃssimos, que a imprensa corporativa finge não perceber.
O primeiro é a repressão violenta dos cossacos. Quem ordena tais ações policiais? Os árbitros das partidas? Um funcionário da FPF? Alguém da Globo? Essas pessoas têm autoridade sobre as forças de segurança? É atribuição de servidores públicos impedir protestos pacÃficos? Entidades privadas podem suspender prerrogativas constitucionais?
A segunda estranheza vem da impertinência polÃtica dos torcedores. A lembrança da corrupção tucana em plena massa alvinegra sinaliza para um viés inesperado no descontentamento popular. Mesmo que tudo não passe de resposta a perseguidores de torcidas organizadas (interessante maneira “pejorativa†de qualificá-las) e à chefia da PM brucutu, a simples associação demonstra uma consciência crÃtica livre dos condicionamentos da mÃdia. Da própria Globo, aliás.
É fácil apontar a incoerência dos ataques contra as mesmas instituições que financiam e promovem os sucessos do Corinthians. Mas precisamos saudar em seu exemplo a demonstração de que a defesa da cidadania começa no rompimento das inúmeras amarras cotidianas, exatamente as que parecem naturais e inquestionáveis, e que os poderosos preservam com toda a força coercitiva disponÃvel.
Se os torcedores do paÃs percebessem isso, mudariam muito mais do que o futebol brasileiro.
http://www.guilhermescalzilli.blogspot.com.br/
Para comentar é preciso estar logado no site. Faça primeiro seu login ou registre-se no Overmundo, e adicione seus comentários em seguida.
Você conhece a Revista Overmundo? Baixe já no seu iPad ou em formato PDF -- é grátis!
+conheça agora
No Overmixter você encontra samples, vocais e remixes em licenças livres. Confira os mais votados, ou envie seu próprio remix!