Quem nunca se emocionou ao apreciar aquele velho álbum de famÃlia, com as imagens de um tempo que passou, mas o qual deixou resquÃcios no fundo da alma? Na sua quinta edição, o Festival Internacional de Fotografia de Porto Alegre (FestFotoPoa) propõe como temática “A FamÃlia – relações sociais, memória e cidadania.†Pelo segundo ano consecutivo, o Santander Cultural recebe o evento, que começou dia 6 de abril e vai até 1º de maio. Desta vez, o fotógrafo homenageado é Luiz Carlos Felizardo: cerca de 80 trabalhos produzidos por ele ao longo de quatro décadas estão expostos no local.
Além disso, há obras de outros autores renomados na fotografia nacional e internacional, organizadas segundo três universos que compõem o tema principal: Espaço de Convivência, Espaço de Cidadania e Espaço de Memória. O coordenador-geral do FestFotoPoa, Carlos Carvalho, explica que o primeiro espaço reúne trabalhos relacionados à s relações familiares, humanas, afetivas, étnicas, religiosas. O termo “famÃliaâ€, nesse caso, não se refere apenas à s pessoas consanguÃneas, mas também à quelas com quem a afinidade ocorre espontaneamente.
O Espaço de Cidadania traz à tona a geração e sustentação de movimentos individuais e coletivos de resistência cultural. De acordo com Carvalho, esse universo expressa “a famÃlia polÃtica, a famÃlia que luta pelos direitos e quer se afirmar cidadã, seja na Praça de Maio, seja em um baile funkâ€. Por último, o Espaço de Memória aborda os rastros dessas relações, os vestÃgios de momentos trágicos ou felizes, os indÃcios de uma vida interrompida, “a fotografia como espécie de negativo da presença da famÃliaâ€, menciona o coordenador.
Logo na entrada, encontram-se dois telões, onde são apresentadas imagens da seção “Ãlbum de famÃliaâ€: fotógrafos brasileiros fotografaram os entes familiares, em momentos da rotina. Essa narrativa visual tem o objetivo de representar a famÃlia brasileira contemporânea. O evento também conta com seminários, palestras, debates, mostras de filmes, projeções de fotografias de tema livre (o público envia os trabalhos, a coordenação seleciona as melhores), encontro para fotografia coletiva, dentre outras atividades previstas na programação.
A atração que o Carlos Carvalho acha “o xodó†do festival é a biblioteca temporária, composta por livros sobre fotografia, doados pelos autores, pelas editoras ou por visitantes da exposição. “Essa é primeira vez que o FestFotoPoa tem uma iniciativa assimâ€, conta Juliana Lima, formada em Artes Plásticas pela UFRGS, monitora do ambiente. Ela informa que os livros podem ser consultados pelo público em geral, só não é autorizado levá-los para a casa.
Questionado sobre o papel da fotografia na atualidade, Carlos Carvalho afirma que ela muda a vida das pessoas. “A fotografia permanece passando informação, mas, no campo da arte, ela já consegue paralisar a sociedadeâ€, declara. Muitas começaram a tecer novos sonhos ao observar uma imagem impactante. Para ele, o mecanismo digital facilitou a difusão, colocou todo mundo no mesmo patamar de possibilidades, mas, só quem é bom se destaca. Também não adianta deixar a fotografia guardada nos arquivos, nas gavetas, pois “a obra só se completa pelo olhar do outroâ€, opina Carlos.
Alina Souza e VirgÃnia Miranda
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