Os meios de comunicação noticiam constantemente os casos de menores envolvidos em crimes bárbaros, onde os fatos levantam discussões sobre a diminuição da maioridade penal e também a possibilidade de serem tratados como presos comuns. No Brasil, aproximadamente 17,4% da população que passam medidas sócio educativas, são crianças e adolescentes com menos de 18, que corresponde a 60 mil jovens . Infelizmente a maioria retorna a vida do crime, e as justificativas são inúmeras.
Percebe-se que o principal fator para a reincidência é o preconceito de uma boa parcela da sociedade que se aprisiona na teoria determinista: um dia bandido sempre bandido.
Rejeitando teorias arcaicas e preconceituosas, acredito no trecho celebre de Lavoisier (1743-1794): “nada se perde, tudo se transforma”, pois tanto uma criança ou adolescente não pode ser observado como um ser finito em si mesmo, sem a chance de um possível retorno, de uma nova vida, de outra chance. Digo isso devido exemplos vivos, onde crianças e jovens de cultura e crenças diversificadas encontram força de mudança em projetos sociais em diversos rincões do Brasil.
Um caso marcante é do jovem André Guimarães da Silva (19), conhecido no movimento Hip-Hop Mato-grossense como MC Dimenor, de família humilde e honesta de Barra do Garças-MT. André conheceu as drogas aos 13 anos, em seguida o crime, depois foi preso no ano de 2007 por tráfico e roubo e cumpriu sua pena sócio educativa no Complexo Pomeri, Cuiabá-MT.
No período de internação conheceu o Projeto Consciência Hip Hop desenvolvido pela CUFA-MT, onde os internos tinham aulas de Rima (Mc), Grafite, Break e Basquete de Rua. Mas o que lhe encantou foram oficinas de Mc, onde ele se identificou e viu no Rap uma possibilidade de mudança.
Foram cinco meses de isolamento e dúvidas, mas com o apoio da família e dos amigos as chances apresentadas pelo Movimento Hip-Hop, foram essenciais. Dessa forma, em Dezembro de 2009 cogitou-se a oportunidade gravar o seu 1º CD, no recém inaugurado Centro Esportivo e Cultural CUFA Cuiabá, o qual teria a direção de Paulo Ávila (Coordenador Estadual CUFA-MT), mais conhecido como Linha Dura.
Assim o Mc Dimenor, esse que anos atrás estava se reeducando no Complexo Pomeri e no mês de março dividiu o palco com rapper Linha Dura, na Teia 2010 – Tambores Digitais em Fortaleza (CE) demonstra que a ressocialização é possível, e não apenas discurso e falácia.
Não venho aqui levantar a bandeira a favor do “contraventor”, do “nóia”, do “bandidinho”, mas discutir a urgência de iniciativas palpáveis na ressocialização desse menor. O nosso amigo acima conheceu a iniciativas que o acolhesse como pessoa, como um ser humano. Ele encontrou uma base, ou melhor, um alicerce. Mas o que fazer com aqueles que não possuem essa alternativa?
Que artigo legal, meu caro.
Confesso ser novidade pra mim esse movimento Hip-Hop;;;
sera que to tao alienada assim?
Concordo com vc....é preciso medidas urgentes no
que toca a ressocialização dos nossos jovens...
valeu mesmo!!! Bom saber do CUFA-Cbá. Bom saber que um pequeno ser teve chance de crescer e que exemplos assim devem ser seguidos.
Parabens pela sua iniciativa de contar a historia...
bjssssssss;
Excelente trabalho. Que nossas lideranças políticas estejam atentos e disponíveis para para apoiarem iniciativas nececessárias como esta.
Saúde e Paz. jbconrado
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