Eu gosto do ritmo do mar, mas aqui não tem mar.
Tem chuva, pingos grossos e gelados.
Quando não tem chuva, a cidade fica cinza, cor de fumaça.
Quando não há fumaça, vejo as estrelas noturnas.
Aquelas do céu, não as de brilho falso aqui da Terra.
Eu continuo gostando do ritmo do mar, mas aqui não tem mar ainda.
Tem chuva, gente apressada e muitos carros.
Quando não tem carros, consigo passear ao lado do meu amor pela praça.
Se não tem praça, gostamos de andar devagar pelas ruas.
E continuamos caminhando com a certeza de quem erra.
Eu adoro o ritmo do mar, mas ele está longe.
Está distante desse ritmo de milhares de calçados.
Sapatos, botas, tênis ou qualquer outra coisa que no chão barulho faça.
Esse chão que sente a dor de sustentar tantas alegrias alheias.
Alegrias douradoras como a esperança da porta que nunca cerra.
O mar, o ritmo do mar, a distância do mar.
Ele está lá e nós aqui, felizes e sempre abraçados.
Juntos, colados e tranqüilos como o homem de bem que nunca caça.
Preserva, deixa viver, permite que o amor percorra o caminho de todas as vidas.
Amor, como ele é bom, satisfaz, embriaga e encerra.
Não desejo mais o mar, quero só o ritmo litorâneo do amado.
Hélio Filho · São Paulo Poeta.
Bonito e bem feito.
Parace uma sinfonia.
Um entendimento.
Um Preparativo.
Uma obra de pensamento.
Inspiração de Poeta.
Parabéns pelo Trabalho.
Abração
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