A vida me tem sido
Pedra bruta.
Carcará cagado e cuspido.
Riso torto.
De anjinhos mortos enterrados
No tabuleiro seco
Dos matos.
A vida me tem sido,
Pedra dura.
Gota d’água que não bate
E que não fura
Nada em absoluto.
Vida dura e ingrata.
Aridez de rochas
Pragas e mágoas
Dos seiscentos diabos.
Pedra viva e dura
Tem sido a minha vida.
Lágrima salgada.
Ãrida quimera
Tristeza que carrego
Pelas veredas da vida.
Pesados potes de barro
Latas d’águas.
Vazio dos rios
Mortos e secos
Que trago comigo
Como um rosário
Profano e sagrado
Junto ao peito.
Um poema descomprometido com qualquer estética.
uma poesia sem alarde,
e sem nenhum compromisso métrico.
Uma intenção escrita apenas,
quiçá como um grito seco e oco de verdade
de quem por puro capricho vérsico
tentou, quem sabe, debaldemente, por um desses instantes eternos
se imiscuir por entre os poetas.
...............
JC - Aurora/CE
www.prosaeversojc.blogspot.com
Para comentar é preciso estar logado no site. Faça primeiro seu login ou registre-se no Overmundo, e adicione seus comentários em seguida.
Você conhece a Revista Overmundo? Baixe já no seu iPad ou em formato PDF -- é grátis!
+conheça agora
No Overmixter você encontra samples, vocais e remixes em licenças livres. Confira os mais votados, ou envie seu próprio remix!