Samba, midia e outros trens -
Comecei tentando fazer um texto para a roda de samba de sabado, dia 27. Acabei surtando e quando vi o texto já estava grande para uma simples divulgação no blog do Cimples Ocio - produções (http://cimplesocio-producoes.blogspot.com/) e escrevendo um pouco mais do que devia, terminou creio, como mais um dos inumeros textos meio ufanicos em defesa do samba e um desabafo pessoal. Mudei um pouco o começo do texto para não ficar sem pé nem cabeça (e mesmo ficou)
Desde dezembro 1998 ... O Cimples realiza ... uma roda de samba ... ambos com os mesmos objetivos ... Aliás, dificies de serem atingidos em Curitiba.
... o combinado é divulgar o SAMBA. músicas pouca conhecidas, porém de melodia e harmonia apurada; trazer ao conhecimento público as principais vertentes do samba, suas matrizes e personagens marcantes e ao mesmo tempo distantes ou simplesmente largados pelas midias diversas desde os anos 20 e 30.
Desde aqueles anos e ainda hoje somos pressionados e obrigados a ouvir o que alguns poucos determinam como produto de consumo. Como qualquer outro entretenimento do segmento musica, o samba padece igualmente - uma grande parte dos produtos são manipulados com apostas na deglutição rápida, melodicamente paupepérrimos e harmonicamente sem nenhum tempero. Sambistas, ou melhor, poetas ou cronistas do cotidiano às vezes sofrido, outros de alegria incontida, muito bem contados, são relegados e esquecidos. Historias com conteudo e exemplares são esquecidas, perdidas.
E mesmo com a internet e a difusão e facilidade para baixar bons discos, novos e antigos, estamos longe de conhecer o que foi feito pelos sambistas de verdade. Até porque um percentual enorme ainda não tem computador e não consegue baixar um do Chico Santana, Alvaiade, Padeirinho ou Xango da Mangueira.
Pelo contato que tive com alguns sambistas de estirpe a minha opinião é de que o que foi para o radio e disco, alguns roubados, outros comprados, outros, nos dias de hoje barrados ou meramente guardados a mostra midiatica é irrisória e insonsa se pensarmos no samba como manifestação popular, como mostra da realidade social autentica e cultura marcante e prodigiosa. Ganharam os articulados mercadores de ontem e de hoje. Perdemos nós - povo de pouca pratica, negligentes e desaglutinados. Ate porque o samba como simbolo nacional foi imposto por alguns poucos no começo do século - a tal da elite intelectualizada - por necessidade do momento politico e cultural do Brasil. Estamos no jardim de infancia ainda, mas chegamos lá.
Anildo Guedes
Curitiba - Pr, 21/06/2009 - domingo 9 da noite
Devaneios sobre samba - Anildo Guedes
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