A Ateliê Coreografico Companhia de Dança representa a segunda etapa do projeto do Ateliê. Para este desdobramento, selecionamos dentre os integrantes do projeto um grupo de onze bailarinos para formar uma companhia profissional de dança. Em nossa escolha, procuramos identificar aqueles que possuÃssem maior experiência, para poder se aprofundar em uma pesquisa profunda e desfrutar de ensinamentos mais desafiantes, que tivessem apresentado maior facilidade para trabalhar em grupo, para conseguir suportar a convivência criativa intensa e crescer com os trabalhos diários, e os que pensamos estar mais preparados para vivenciar uma forma de trabalhar que filosoficamente se fundamenta no conceito de democracia participativa. Este modelo polÃtico, que confere ao cidadão maior espaço para participar em decisões orientadas para desenvolver o bem comum, busca na diversidade e no debate uma polÃtica consensual com total respeito e inclusão daqueles cujas opiniões e aspirações raramente encontram eco nos sistemas mais tradicionais. Essa forma de atuar nos trouxe questões, dificuldades, dores e desafios constantes, mas principalmente nos exercitou em uma forma de fazer solidária, que implica em escutar a todos em busca de soluções comuns, ao mesmo tempo em que se atenta para não cair em situações de consultas fatigantes e debates improdutivos que pudessem ferir os objetivos comuns. Acreditamos que assim, a experiência proporcionada na Ateliê Coreografico Companhia de Dança colabora na formação de bailarinos e coreógrafos mais aptos criativa e tecnicamente para atuar em outras companhias e mais conscientes enquanto cidadãos em atuação no pequeno conjunto social de uma companhia de dança.
Começamos as atividades da companhia perguntando: o que significa uma companhia que não se identifica pelo estilo de seu coreógrafo, mas que também não é uma companhia estatal, embora receba um aporte publico? Nossa prática incluiu investigações sobre formas de criar colaborativamente e trabalhar simultaneamente em diversas linguagens. Os estudos em Sistema Laban ajudaram a identificar o estilo de cada um, ao mesmo tempo em que davam suporte para que os bailarinos pudessem achar em si formas de atuar em outros estilos. Procuramos também desenvolver o compromisso com questões que vão além das artÃsticas e individuais, para englobar, por exemplo, a questão da responsabilidade de cada um para com a integridade e produtividade do todo. Assim, ao pensar qual deveria ser o espetáculo de estréia dessa nova companhia, desejei que ele refletisse essas indagações e nossa filosofia de trabalho. Nos propusemos a criar um espetáculo que integrasse a criatividade coreográfica dos membros da companhia em diálogo com a assinatura cênica de seis coreógrafos distintos e com a intenção da encenação. Nós, os “outros†é fruto da energia artÃstica e social gerada pelo aproveitamento das experiências e capacidades de todos.
Há quanto tempo existe a companhia, Ney? Sem dúvida, um modelo descentralizado assim é difÃcil. Não só na dança, mas é verdade que não lembro de uma companhia que não tenha uma grande figura como chamariz. Uma sugestão: que tal colocar aqui no comentário mesmo um link para teu outro texto apresentando o Ateliê. Afinal, um complementa o outro. Abraço
Helena Aragão · Rio de Janeiro, RJ 18/10/2007 17:30Para comentar é preciso estar logado no site. Faça primeiro seu login ou registre-se no Overmundo, e adicione seus comentários em seguida.
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