Desconto de pós-natal: era aniversário de Jesus!

1
Juliaura · Porto Alegre, RS
29/12/2010 · 1 · 0
 

Vou aproveitar a data, o clima, a temperança, o bom-mocismo, os coraçõezinhos alados, os anjinhos, as petecas e as pererecas e confessar.
Vim aqui hoje com esse intuito, gratuito, fortuito, meio sem nome até, pra dizer umas verdades minhas pra todo mundo finalmente ficar sabendo mais de mim que eu mesma porque quando a gente fala quase não ouve o que diz e quem ouve fica sabendo mais de quem disse do que quem disse sabe o que fala.
Ora, crendice! Dirão, vocês.
Pavonice, diria eu, noutras eras, priscas eras, já tomadas pela hera...
Era uma vez uma carrocinha cheia de repolhos, eu ia dizer.
Caiu um deles, de onde rolou um guri.
Isso contou-me um anjo brabo de espada em flama, em riste.
Esse guri era meio pardinho, feito eu, queimadinho do sol, não exatamente um filho de Sabah, mas de uma Maria moreninha, ali dos lugares próximo do oriente menor, ou médio, em que ainda hoje fazem média com as pessoas não brancas de olhinhos azuis.
Ali ninguém é branco, diria uma escritora de algum estudo, que não sou eu.
Então, do repolho que rolara da carrocinha, feito num conto de fadinhas e fadinhos, apareceu um menininho que começou a andar, começou a andar e já apanhava pra isso desde cedo como aquele que vendia laranjas pro doutor, e dava umas de quebra.

Isso tá virando uma venda, com frutas e verduras...
Então o repolhinho... digo, o pimpolhinho saiu descascando umas falas com os sábios e sabia o guri demais da conta que ninguém falava mais e se admirava da fala que o guri fazia e ele também se admirava do silêncio que os velhinhos faziam.
Bem, antes disso, que já era pelos cinco a sete anos do menino, numa noite como a de hoje, assim de fim de ano, dizem uns, outros dizem nada, ele tinha sido babado por umas vaquinhas, uns boizinhos, uns cabritos, umas ovelhinhas, umas velhinhas, uns pastorezinhos e as pastorinhas, pra consolo da lua... e umas pessoas outras num estábulo, num canto de uma cidade que tinha estrela brilhante em cima... e sinos que badalavam, blém, blém, blém...
Até pelos reis, que eram magros e magos babado fora o gorducho infante.
Daí em diante,as lojas do comércio em geral tomaram conta dos tempos e templos e tudo virou griffe, moda...
E tal.
Jesus não merecia isso que lhe fazem hoje e chamam de natal.
Mas, como sou filha desse mundo criado, também espero um presentinho, bonitinho de valor... que fui bem comportadinha durante o ano que passou e ele pode chegar no dia 6, com o Terno de Reis, ou mesmo depois, porque nem Jesus nasceu no ano zero, se Herodes morrera quatro anos antes, todos já sabem, e não poderia, das catacumbas, mandar matar as criancinhas recém-nascidas, como dizem alguns livros, pra impedir a chegada do rei dos reis dos reis, rei, rei, hei, embora não chegasse ainda naqueles dias o tal de trenó carregado por renas com o Nicolau Klaus à bordo.
Santé!


Desconto de natal no autiléti (putz!) Ou, porque é moda: 50% Ófi!

compartilhe



informações

Autoria
Juliaura Bauer
Downloads
355 downloads

comentários feed

+ comentar

Para comentar é preciso estar logado no site. Faça primeiro seu login ou registre-se no Overmundo, e adicione seus comentários em seguida.

baixar
pdf, 3 Kb

veja também

filtro por estado

busca por tag

revista overmundo

Você conhece a Revista Overmundo? Baixe já no seu iPad ou em formato PDF -- é grátis!

+conheça agora

overmixter

feed

No Overmixter você encontra samples, vocais e remixes em licenças livres. Confira os mais votados, ou envie seu próprio remix!

+conheça o overmixter

 

Creative Commons

alguns direitos reservados