A indústria da cultura vem constantemente perdendo batalhas. O capitalismo nojento que aprisiona artistas e engessa a cultura está perdendo forças. Paradoxalmente a (re)evolução está no retrocesso.
No passado a produção de bens e mercadorias era feita por artesãos. Geralmente trabalhavam em casa e atendiam às pequenas cidades que habitavam. Esse artesão tinha um ou mais aprendizes que iriam continuar a produção para as futuras gerações.
Esse processo manual continuou até a Revolução Industrial. Os burgueses, que enriqueceram com o comércio, investiram na compra das recém inventadas máquinas que faziam o trabalho de muitos homens. Os artesãos, perdendo espaço, passaram a trabalhar para um patrão como operário ou empregado.
Mas a ganância burguesa não pararia por aÃ. Vendo a possibilidade de lucrar com empresas que fomentavam a cultura, começaram a investir na produção artÃstica. SubstituÃram seus diretores, que eram artistas, por administradores. Eles não queriam só músicos, queriam músicos que vendessem milhões de cópias de discos. Não queriam só escritores, queriam bestsellers. A prioridade era o lucro em detrimento à qualidade.
Mas como Brutus traiu César, a prepotência e arrogância traiu os burgueses. Os que investiram no desenvolvimento de tecnologia fizeram um trabalho tão bem feito que hoje qualquer pessoa tem acesso à tecnologia de informação e logÃstica. Fatores que são cruciais para uma empresa sobreviver.
Qualquer músico pode criar suas obras e distribuir em redes P2P, blogs, sites e até no MySpace, o ponto de encontro de músicos independentes do mundo todo. Escritores, como o grupo Livros do Mal, podem editar seus livros e vendê-los pela internet.
É uma (re)evolução que não tem freios. Não temos mais que engolir o lixo que apodrece no mainstream. Curiosamente temos, como no passado, pequenos artesãos culturais criando e distribuindo suas obras nessa cidade global.
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