Vivemos hoje grave crise mundial de valores. É difÃcil para a grande maioria da humanidade saber o que é correto e o que não é. Vivemos o momento do utilitarismo ético, verdadeiro é o útil, o vantajoso, o que tem rendimento e eficácia na ordem prática das coisas, não importando por que meios. Verdade e utilidade são, por conseguinte, conceitos que se identificam, ou seja, os fins justificam os meios, de modo que, para alcançar um fim legÃtimo, todos os meios disponÃveis são válidos. Isto não é verdade, porque os fins éticos exigem meios éticos. Esse obscurecimento do horizonte ético redunda numa insegurança muito grande na vida e numa tensão nas relações sociais,que tendem a se organizar ao redor de interesses particulares do que ao redor do direito e da justiça.
Aristóteles, Platão e Santo Tomás de Aquino, em suas construções éticas, partiam do projeto de felicidade, intrÃnseco aos seres humanos.Hoje não estamos mais seguros desta felicidade.Vivemos frustrados, pois se a felicidade é o que mais se busca e o marketing comercial mais a promete, é também o que menos se encontra. Passar por cima dos outros pode rechear a conta bancária, conferir mais poder e influência e oferecer mais chances de prazer, mas não é felicidade. A felicidade não pode ser construÃda sobre a infelicidade dos outros. Piero Calamandrei em sua obra “Eles, Os JuÃzes, Vistos Por Um Advogado†disse que algumas das causas que ele perdeu, ele não desejaria ser o advogado da parte ex adverso.
Nossos sentimentos, nossas condutas, nossas ações e nossos comportamentos são modelados pelas condições em que vivemos (famÃlia, classe e grupo social, escola, religião, trabalho, circunstâncias polÃticas etc.), somos formados pelos costumes de nossa sociedade, que nos educa, ou melhor, nos massifica, nos manipula para respeitarmos e reproduzirmos os valores propostos por ela como bons e, portanto, como obrigações e deveres. Os nossos profissionais recebem muita informação, mas muito pouca, ou quase nada, de formação de senso crÃtico; eles não estão encantados com a justiça, mas encantados pelo dinheiro, vivendo dentro da lógica da sociedade do vale tudo.
A ética se refere à s caracterÃsticas pessoais de cada um que determinam quais virtudes e quais vÃcios cada um é capaz de praticar. Referem-se, portanto, ao senso moral e à consciência ética individuais..A vontade guiada pela razão é elemento fundamental da vida ética
Por fim, a OAB parece incorporar os vÃcios da classe que representa, quando fala muito em ética, mas cobra preços abusivos em todos os seus serviços, desde a taxa de inscrição para exame de ingresso na ordem até um simples xérox, eles não conseguem perceber a diferença entre o legal e o justo.Nós deliberamos e decidimos sobre o possÃvel, isto é, sobre aquilo que pode ser ou deixar de ser, porque para ser e acontecer depende de nós, de nossa vontade e de nossa ação.
Florival Batista Brito, março de 2007.
leila, achei bacana o enfoque, mas carece um pouco na parte da lógica interna. Você fala da OAB como alguém que tem a "ontade guiada pela razão", que carateriza a ética que você menciona. Mas na verdade a OAB como organização não é e nem numa poderá ser ética, mas sim seus funcionários, dirigentes ou presidentes. A ética só é pelos seres vivos, demais abstrações não tem ética, por isso uma empresa pode cortar dez mil funcionários, demitir pratas da casa, enxugar o quadro, reduzir salários... pois a empresa é econômica e não ética, mas ético é sim seu presidente que pode faltar com ela.
ademais... ótimo texto.
Obrigado pela dica." A vontade guiada.........." estava no parágrafo errado . A correção foi feita. Vontade e razão são atributos das pessoas humanas .Florival Batista Brito
Leila Juliana · Belo Horizonte, MG 21/3/2007 09:14Para comentar é preciso estar logado no site. Faça primeiro seu login ou registre-se no Overmundo, e adicione seus comentários em seguida.
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