Explodam o Congresso (Blow up the Parley)

Não foi a minha intenção, ao criar um perfil no overmundo, a de ficar fazendo críticas políticas, mas acredito que após este 12 de setembro eu não serei o único a abrir esta exceção.

Em primeiro lugar, faz-se mister conceituar a base política teórica deste 'so called' país: O Brasil se auto entitula uma democracia representativa indireta, o que significa que o povo elege a partir de um processo democrático os seus representantes que irão tomar as decisões não no seu lugar, mas no seu nome, de uma forma delegada. Afinal de contas todo o poder emana do povo.

Vamos agora até Brasília observar de perto o que acontece por lá. Devemos prestar atenção principalmente à conveniência de se construir a capital política de um país tão grande em uma das regiões mais isoladas e inóspitas de seu território. Se ultimamente têm se falado muito em 'vampiros e sanguessugas', não existe melhor refúgio para eles do que em um fortificado castelo no topo dos montes cárpatos (na lição de Bram Stoker), ou na falta de uma montanha na Romênia, em uma cidade no meio do pantanal. Desnecessário dizer que se torna demasiadamente dificil organizar o povo do vilarejo com as suas tochas para se viajar uma distância tão longa (se até hitler foi derrotado em territorio russo por motivos semelhantes, imagine se no Brasil seria diferente).

Dessa fortaleza de demagogia situada em uma região inóspita e segura, se erguem os nossos vampiros, que não mais se encontram vinculados a qualquer noção de representatividade, nenhuma noção de que seus poderes DELEGADOS pelo povo não mais cumprem a vontade dos verdadeiros titulares dele. Eu me recuso a acreditar que qualquer partidário do Partido dos Trabalhadores que pertença ao povo não fosse a favor da cassação do excelentíssimo patife Renan Canalheiros. No entanto, mesmo a cassação se tratando de uma opinião popular praticamente unânime, ele foi absolvido. E láá de longe, não nos montes cárpatos, mas nas planícies da aristocracia brasileira, podemos ter certeza de que a comemoração está sendo tranquila e imperturbada.

Termino meu texto citando uma ilustre figura histórica que fez da liberdade sua bandeira de vida (até certo ponto), Maximilien de Robespierre. Robespierre acreditava que, a partir do momento em que todo o poder emana do povo, quando este poder não mais o representa ou possui algum liame com o seu verdadeiro titular, este titular possui o direito garantido perante qualquer tribunal e perante Deus (ou whatever that means) de reinvindicá-lo. Portanto A REVOLUÇÃO É LEG�TIMA e necessária.

Explodam o Congresso, tragam a política de volta para o meio do povo e não mais a escondam no meio de crocodilos, capivaras e flamingos. Criem o sentimento de nação, reúnam perante um interesse comum todas as pessoas das conflitantes regiões desse país em prol deste sentimento ou, se isto não for possível, desfederalizem as regiões. Não existe cláusula pétrea que esteja acima do direito a uma vida digna.