MARTINÁLIA É O CARA
Sim, a filha de Martinho da Vila que se lançou já há alguns anos em carreira solo, é uma Cássia Eller do samba, embora tenha um talento e voz únicos, que não precisam de comparações... Martinália, apesar do jeito masculino e largado (ou isso seria parte do seu charme?), tem uma presença de palco incrível, é louca, assanhada, elétrica e eletrizante, alegre e muito sensual. E canta muito bem. Querem conferir? Vejam o DVD “Martinália em Berlim”. Vi-a no palco recentemente, no SESC Pompéia, mas fiquei algo decepcionado. Ela estava no mínimo muito embriagada. Errava as letras, atravessava, falava coisas sem sentido numa voz pastosa e ininteligível. Gritou e foi grosseira com a banda todo o show. E os músicos pareciam visivelmente pouco à vontade e constrangidos, e com o tesão de tocar afetado. Reclamava da cerveja que o roadie demorava a trazer e aceitava contente as latas que as moçonas assanhadas da platéia lhe ofereciam. MAS O SHOW FOI UMA FESTA! E torço para que Martinália não entre no mesmo caminho auto-destrutivo da minha grande musa Cássia Eller, a ponto de comprometer sua performance no palco.
Na trilha das boas e mais ou menos novas cantoras, há Marina de La Riva, que encanta com sua mistura de música brasileira e cubana. Há Kátia B com sua música espacial. Cibelle que já chega encantando e seduzindo com uma “pós bossa-tudo”. Há, na verdade, uma desconcertante profusão de novas cantoras. No canal de música (MPB) da NET, é possível ouvir cantoras das quais jamais ouvimos falar, mas com trabalhos maduros, bonitos, bem-acabados. Nas gôndolas das nossas megastores, cada dia um nome novo nos chama a atenção. Mas todas naquele estilo vozinha afinada e meio bossa-meio mudernidade, com releituras, regravações ou letras que reciclam temas já mais do que cantados e decantados. Quanto ainda teremos de esperar pelo surgimento de uma nova Gal, de uma jovem Bethânia, de uma Nana reencarnada? Vozes únicas, carreiras maravilhosas e nomes inscritos na calçada da imortalidade! História viva! E para sempre na História! Nem vou mencionar Elis, para mim a encarnação da música, o ponto mais profundo onde a emoção de um artista pode chegar, a voz definitiva, o maior presente que o Brasil deu ao mundo. “Eu vou viver dez, eu vou viver mil, eu vou viver sem você”...
Todos passaremos. Elas não.
Legal, fiquei conhecendo um pouco da Martinália, que até então só sabia o que captava nos breves minutos em palco, entrevistas raras.
um abraço, andre.
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