Faz um tempo que eu comecei a refletir sobre a possibilidade da cultura e da arte como mobilizadoras da cidadania. Acredito que a mobilização e a inclusão social através da arte e da cultura podem desenvolver a motivação pessoal, considerando que os direitos culturais são parte integrante dos direitos humanos. Pesquisei essa semana para ver se é valido e eficiente utilizar-se da arte e da cultura, nas suas mais diferentes formas, para a inclusão do sujeito social. No artigo 27 da Declaração Universal dos Direitos Humanos e nos artigos 13 e 15 do Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais dizem: toda a pessoa deve saber se expressar, criar e difundir suas obras na língua de sua escolha, de preferência na sua língua materna. A nossa vida social se constitui através das idéias que temos sobre nós mesmos e das práticas que emergem estas idéias. É através da produção e da troca de significados entre membros de determinados grupos sociais que podem se manifestar como verdade, como fantasia, ciência ou senso comum. Podem estar embutidos nas conversas do dia-a-dia, nas teorias mais elaboradas dos intelectuais, na arte erudita, na TV ou nos filmes. Partindo disto, percebe-se a importância da relação social, das trocas de conhecimentos, das artes e da cultura inclusiva como um poderoso instrumento para reafirmar a singularidade na diversidade. A partir do momento em que a arte é aplicada em prol dos que vivem a margem da sociedade, como maneira de resgate do indivíduo que por tantos motivos não se sentem parte da sociedade, o indivíduo se transforma em um ser atuante, qualificado, um agente cultural e ciente do seu papel na sociedade onde possa fazer uso do que foi absolvido como ferramenta para multiplicar tal inclusão.
Nas favelas do nosso país geralmente possuem iniciativas que, através da arte e da cultura, valorizam o sujeito social. De acordo com a antropóloga Clarice Libânio, criadora do Guia Cultural de Vilas e Favelas de Belo Horizonte, a produção na favela é tão rica porque, segundo entrevistas realizadas, as pessoas conseguem obter “auto-estima” produzindo arte e cultura. Assim, dá vontade de se afirmar diante à sociedade.
A solução pela arte tem se mostrando mais visível. As oficinas de artesanato, música, vídeo, etc., substituíram as profissionalizantes de pedreiro, costureira, padeiro, etc. Assim podemos perceber que surge um novo conceito de cidadania. A arte possibilita o encontro efetivo de praticar a participação política, pois os agentes culturais trazem suas propostas de transformação.
Acredito que a mobilização social através da arte e da cultura é uma boa alternativa para buscar a igualdade e justiça social. Desta forma, pessoas e grupos sociais passam a se identificar com uma determinada manifestação cultural e tem a possibilidade de criar uma ideologia capaz de fazer com que tenham consciência de que é preciso transformar o ambiente social em que vivem.
Para comentar é preciso estar logado no site. Faa primeiro seu login ou registre-se no Overmundo, e adicione seus comentários em seguida.
Voc conhece a Revista Overmundo? Baixe j no seu iPad ou em formato PDF -- grtis!
+conhea agora
No Overmixter voc encontra samples, vocais e remixes em licenas livres. Confira os mais votados, ou envie seu prprio remix!