“Vamos escolher bem melhores condições, Longe desse triste carnaval de ilusões, Navegador! Deixa os que sonham em ser felizes habitando o paraÃso, vivendo sobre leis que não criou.†(RAUL SEIXAS, A ILHA DA FANTASIA). A caixa de Pandora, ou a Ideologia Ocidental, é o conhecimento aberto ao mundo em busca de renovação das idéias. Quando o fogo ardeu nos homens e a luz foi vista, a fúria de Zeus modelou a mulher, Pandora é seu nome, a que possuÃa todos os dons. Em meio ao caos, a união de Pandora e Epimeteu fez-se pela ordem. Dever e curiosidade espalharam as moléstias sobre os humanos, e dentro de um recipiente todos os males saÃram, restando apenas a esperança, que continua eterna entre os homens - mas a Caixa de Pandora foi aberta.
Onde a esperança toma o lugar de discussões e a curiosidade é o propósito, discute-se livremente seus pensamentos, das possibilidades aos mais profundos. Pandora foi até a caixa e a abriu: um vortéx de males, tais como mentira, doenças, inveja, velhice, guerra e morte saÃram da caixa de forma tão assustadora que ela teve medo e fechou antes que saÃsse a última delas: o mal que acaba com a esperança. A esperança que estava adormecida no fundo da caixa, a esperança dos homens de mudarem e construÃrem um mundo melhor para todos os que habitam nele.
“Esperança†são essas idéias que devem ser sempre transformadas, para que o mundo também possa ser transformado. Devemos exercer a expressão “conheça a ti mesmoâ€, nos auto-conhecer antes para, posteriormente, transformar as pessoas e o mundo em que todos nós vivemos.
No mundo das idéias, a ideologia é, muitas vezes, movida pelas intenções e vontades. Essas intenções e vontades tendem a trasmutar-se em verdades. A verdade provém da ficção literária - usa a linguagem como artifÃcio, onde é nela que palavras viram idéias, idéias viram conceitos, e conceitos se cristalizam como universais, onde é na linguagem que idéias se transformam e transformam novas possibilidades de pensar o mundo. As idéias se mostram, desta forma, construtoras e desconstrutoras da realidade. As ideologias estão abertas ao mundo como no mito da caixa de Pandora. Os livros são a representação da caixa de Pandora, e, em essência, somos todos filhos desta sophia (sabedoria), personificada na personagem Pandora.
O instinto de Pandora na busca do conhecimento e na curiosidade de desvendar os mistérios que existiam na caixa em que transportava pode ser comparado à s idéias que nos são apresentas tanto pela a cultura quanto pela a educação. Esta curiosidade, esta busca incessantes de perguntas e respostas que tentam de qualquer forma tentar desvendar o sentido da vida, gera ações que consequentemente construÃram e destruÃram. Dentre todos os males espalhados ao mundo, nos traz à tona a necessidade de refletir e resgatar o que ainda permanece dentro da caixa de Pandora: a esperança para transformar a realidade que nos aflige. O conhecimento é esta mola que impulsiona a curiosidade à busca de mudança e o próprio transformar do mundo fluindo de formas diferentes com idéias diferentes para uma melhor convivência entre espécie. A decisão é nossa se queremos mudar ou não, porque “Sonho que se sonha só. È só um sonho que se sonha só. Mas sonho que se sonha junto é realidade.†(Raul Seixas, Prelúdio).
(SÃVIO HENRIQUE).
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