Rafael de Jesus – o artista das reticências

Vanessa Barroso
Rafael de Jesus na Expo
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Vanessa Barroso · Pojuca, BA
30/10/2013 · 6 · 0
 

A palavra infinito nunca fez tanto sentido na obra de um artista. Cada curva de tinta, cada cor que vai saindo da tela ganha forma, e as formas parecem não ter fim. A busca pelo final do quadro e toda a sua interpretação não existe.
A expressão “A arte que não acaba” completa o sentido prosaico de cada quadro do artista pojucano de apenas 27 anos. Apenas por que é possível através dos desenhos e composições surreais de Rafael indagar a idade da sua alma, que aos olhos objetivos de um jornalista, chega perto dos 80 anos. Ou seja, o infinito associado à sabedoria.
Talvez para um alguém de sensibilidade aguçada seja fácil identificar que a arte de Rafael carrega tanto por tanto a beleza de um céu estrelado quanto de um amanhecer, possui, a evolução dos artistas que sabem olhar de cima.
Rafart, como é popularmente conhecido, é literalmente um diamante que não é bruto, mesmo sendo um autodidata das artes plásticas de Pojuca e região metropolitana. Vale ressaltar que apesar de tão jovem e diferente do perfil social de alguns artistas, o pojucano não possui o estereótipo alternativo da maioria dos seus colegas.
Simples sem ser simples e bastante responsável do tipo que cumpre ordens e horário, Rafael, além de artista plástico agrega uma série de atribuições cotidianas ao seu curriculum. O jovem artista é também radialista numa rádio local, Presidente de uma associação cultural (OCUPA – Organização Cultural Pojucana de Artes), e possui ainda como meta tornar-se publicitário.
Como característica inusitada sempre há peculiarmente a asa de um anjo em suas obras, o que nos evoca a composição de Gilberto Gil, que também viria a ser um personagem de Jorge Amado “Como um príncipe encantado/ Bem preto como o carvão/ Anjo negro iluminado/ Um cântico de ressurreição/ Aparecer na cozinha/ E ir brincar no quintal/ Um sol negro iluminado
Um raio prum pobre coração (...)”.
A letra descreve inclusive o lado humanitário do rapaz que participou de trabalhos sociais, como: Ação Pássaro da Minha Terra e oficinas de reciclagem em colégios da rede municipal. Cansaram de ler? Este ano, Rafart ainda foi junto com Luciano Novais responsável pela exposição Via Pietá, que remontou o cenário do incêndio que aconteceu a 30 anos na cidade.
Não cansem, pois ainda na tarde de hoje (30) o artista fez “performance ao vivo” pintando em exposição literária quadro em homenagem a uma das matriarcas da educação de Pojuca, Marilene Barbosa.
Para quem já escreveu sobre Jaime Figura, Álvaro Assmar é muito gratificante escrever sobre um artista da minha terra, haja vista, que renasce o sentimento de ter orgulho de ser filho de uma terra que possui artistas do porte de Rafael, que é único inclusive nas reticências que assinam os quadros. Por que reticências? Segundo o artista, elas chegaram agora e simbolizam o amor.
Amor a arte ou amor a alguém? Fica a deixa.

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