Olá, pessoal. Como está escrito ai em cima, sou de belo horizonte e a cidade vive essa semana a expectativa pelo jogo entre Brasil e Argentina.
Não sou dos mais fãs de futebol, apesar de já ter sido, mais agente observa as coisas a nossa volta, "num" é mesmo? E algumas coisas em relação a esse jogo tem me chamado bastante atenção (todas elas envolvem dinheiro). Certamente, não devem ser surpresas para muitos, mas vamos lá:
Primeira observação: o jogo da seleção brasileira é um acontecimento de luxo! Sim, de luxo. De altÃssimo luxo. Não me refiro apenas aos ingressos carÃssimos (cento e cinqüenta reais, o mais barato), mas a tudo que envolve esse jogo. E cada vez descubro um luxo a mais: hoje vi que a Gal Costa vai cantar o hino nacional; ontem me disseram que o Jota Quest vai tocar no mineirão. Semana passada ouvi de um camarote que custa 600 reais a entrada (e não deve ser o mais caro...). E agora mesmo, vi que existem nada menos que 10.000 convidados para o jogo, e até tapetinho de luxo vai ter pra que elas ponham o pezinho.
O leitor pode pensar "pô, mas é o hino nacional; cê queria que o Tiririca cantasse?". Não, não é isso. Não é isso que me chamou a atenção (com todo respeito ao Tiririca): é o contraste entre esse evento de luxo e a realidade do futebol no Brasil, em termos de quem realmente assiste e dá dinheiro para esses dirigentes ilibados que povoam o paÃs.
Onde vai estar, hoje, o povo que assiste aos jogos de Atlético e cruzeiro? Que pagam, já com dificuldade, o ingresso de 15 reais que lhes é cobrado. No mineirão, ouvindo a Gal Costa? Ouvindo o Jota Quest? Nos camarotes, tomando champanhe e comendo camarão? Não. É claro que não...
Vão estar em casa, vendo pela televisão. Enquanto as pessoas que não estão nem aà para o futebol vão estar lá, desfilando Armanis e Pradas na fogueira das vaidades em que o Mineirão se transforma hoje.
Alguém pode dizer: "pô! Mais isso é normal no Brasil". É. Infelizmente. Mais o que chama a atenção realmente é que os ricos e famosos tomem tão descaradamente o lugar dos mais pobres: o palco dos mais pobres. O torcedor desse jogo não chega de ônibus não, chega de avião: haja visto o grande numero de rostos sorridentes e camisas verde-amarelas no aeroporto da Pampulha agora à noite. PeraÃ, poxa: não estamos falando de golfe, não; É futebol, pô!
Tem gente por aqui que daria tudo para estar lá, para ver a seleção nacional, enquanto os que vão estar lá só vão pelo status, pelo desfile, entende? E o João, o Zé e a Dona Maria, que sempre estão lá, hoje foram expulsos. Expulsos pelo dinheiro e pelo poder.
Me incomoda porque, gente, o povo mais humilde gosta mesmo de futebol! Elas passam o ano inteiro dando seu dinheirinho ali, e agora, quando a seleção nacional vem a sua cidade (um sonho!), elas não chegam nem perto.
É mais uma sacanagem, "né" não?
Porque jogo da seleção caça-nÃqueis, no estádio, meu amigo, eles nunca vão ver...
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