Sorria!

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Rafael Campos · Belo Horizonte, MG
27/1/2008 · 36 · 0
 

Confesso que tenho certa aversão a livros de auto-ajuda. Sempre tive verdadeira preguiça em abrir esses livros com títulos que começam com “comoâ€: “Como viver feliz?â€, “Como ganhar dinheiro?â€, “Como cuidar dos filhos?â€... e por aí vai. Já pensou se todos começarem a ler essas obras e conseguirem êxito? Imagino que as pessoas viveriam felizes e perfeitas como aqueles comerciais de margarina. Bom, mesmo com todas essas justificativas, certo dia, decidi superar meu preconceito e ler um desses.
Quero na verdade discutir um certo trecho no qual era ensinado o caminho para o “sucessoâ€. Segundo o autor, as pessoas que almejam “vencer†na vida não devem fraquejar, o fracasso seria uma palavra que deveria ser excluída do dicionário. Sempre olhar para frente, nunca esmorecer diante de uma situação difícil e pensar com todas as forças no objetivo que pretende, fazendo de tudo para conquista-lo. Ainda conforme o livro, o homem para alcançar o topo deve dominar suas emoções. Essas sugestões ficariam bem para qualquer super-herói, no estilo de Superman, entre outros.
O autor esqueceu que somos seres humanos, a tristeza, a falta de esperança, os fracassos, também fazem parte da vida, e são deles que devemos extrair a solução ou a força para superar os percalços. Como diria Nietzsche, “a cura para a ferida está no ferimentoâ€. Mas todas essas idéias que estão colocadas em certos livros de auto-ajuda ou em outros lugares por aí são reflexos de uma sociedade que ainda não aprendeu a perder, a reconhecer o fracasso também como saída para começar de novo.
Na publicidade, por exemplo, isso está bem explícito. Em comerciais de perfume, onde o expectador é seduzido pelo poder da sugestão direta, a usar determinado produto para conquistar, enfim, a mulher dos seus sonhos, o carro recém-lançado que vai fazer inveja nos vizinhos e etc. A idéia através desses e outras peças publicitárias é comprar para vencer e subir no mais alto degrau do pódio da pseudovitória.
É na derrota que encontramos o erro para conserta-lo e construir uma nova caminhada. O fracasso é o sinal de que pelo menos tentamos algo. Vivemos para arriscar (claro, com o devido juízo) e não para sermos covardes. Às vezes é preciso destruir para construir.

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