Trem bão!? Quando o Brasil vai andar na linha?

Vivo em uma região privilegiada pela existência de uma linha férrea para passageiros. Mas em um trecho extremamente movimentado que é a ferrovia Vitória-Minas, mantida pela Vale do Rio Doce, apenas duas composições circulam todos os dias: uma vai, e a outra volta. É um retrato de como nosso transporte ferroviário é preterido em nosso país. A impressão é que nossos representantes políticos consideram que nossas rodovias estão em ótimo estado de conservação e atendem muito bem a demanda brasileira de transporte intermunicipal. Pois bem, paralelo a esse mesmo trecho ferroviário citado acima, fica a rodovia com maior índice de mortalidade em todo país, levando o apelido macabro de “381, rodovia da morte”.

A pergunta que não quer calar é: por que não se investe nesse transporte que é mais limpo, barato, seguro e têm aprovação popular? Depois de muita pressão política, parece que a duplicação da 381 vai sair, mas a cultura rodoviária é tão forte que parece que a população se esquece de lutar por essa alternativa que está na “nossa cara”!

Enquanto o povo segue calado sobre esse assunto, as grandes empresas conseguem pressionar e viabilizar as estradas de ferro em benefício a suas produções. O que se vê é uma extensa malha ferroviária que somente serve aos interesses econômicos. Enquanto nossas estradas se consolidam como matadouro, nossas ferrovias continuam servindo quase exclusivamente ao setor privado.

O governo já possui diversos projetos de ampliação da malha ferroviária, em todos os cantos do país. Projetos que a exemplo da duplicação da 381, não passam do papel em sua grande maioria. E a exemplo da 381, sem a participação popular, tudo continua como está!