FANTASMAS VIRTUOSOS

Imagine você ir numa festa com uma pessoa e lá todas cumprimentarem quem está com você, sem notarem a sua presença. Como você reagiria? Pensaria: “O que está acontecendo? - Será que fiquei invisível?� Se sentiria um intruso, inconveniente, rejeitado, frustrado. Mas com certeza se perguntaria “Por que a pessoa que está comigo não me apresenta?� Você conseguiria ficar nesta festa até o fim? E se eu lhe disser que isto acontece diariamente, a maioria das vezes, de forma consciente, por conta da vaidade, orgulho, egoísmo e, como diria a minha avó: “por falta de educação, respeito e humildade�.

Por tudo isso devemos valorizar os criadores musicais, despertar as consciências e alertar sobre a injustiça que cometem ao publicarem vídeos na internet sem citar seus autores nas legendas, tornando “invisível� quem tem importante papel no sucesso da carreira artística e também merece reconhecimento e carinho dos fãs, mas está atrás das cortinas do palco virtual por não ter seu nome na ficha técnica dos “youtubes da vida�.

Assim como os autores são citados nos livros, nos filmes, nas peças de teatro e, seguindo o exemplo de respeito já praticado há muito tempo, pelos ilustres eruditos que executam Beethoven, Chopin, Bach, Vivaldi, entre muitos outros, devemos continuar com o exercício de divulgação dos criadores musicais neste “vasto e ilimitado mundo virtual� levando em consideração os recursos tecnológicos para atingir nobres objetivos com mais rapidez e precisão.

Centenas de projetos de lei foram levantados no Congresso Brasileiro e aprovados em vários aspectos (sem contar a obrigação daqueles que tem contrato firmado com este objetivo, é claro) para que publiquem os autores das melodias e letras veiculadas em todos os meios de comunicação, assim como é lei dar crédito às matérias ou fotos expostas ao público quando não são de autoria própria.

Mas também é direito do autor da música querer ficar anônimo, desde que esta vontade seja expressa, mas se não estiver sozinho nesta criação ou não fizer parte da genética autoral torna-se dígno e moral registrar o(s) autor(ers) de sua(s) música(s) preferida(s) ao público.