Sendo que o Festribal já não corresponde apenas à apresentação de manifestações indÃgenas tradicionais, agravado este fato a não participação nem da metade das comunidades habitantes da região, um outro evento realizado a cada dois anos tem mais daquilo que o turista espera ver no festival de uma cidade como São Gabriel da Cachoeira, e não encontra, claro, aqui na ótica manauara urbanóide que quem vos escreve.
O Evento Esportivo e Cultural do Triângulo Tukano tem a rusticidade festiva de uma celebração feita de indÃgenas para indÃgenas. “É uma semana inteira de atividades e comemorações, acontece nas três cidades que se revezam como sede e concentra aquela área onde falam mais o Tukanoâ€, conta o professor Genival Gonçalves, 35, que há um mês presenciou a última edição do evento no distrito de Pari-Cachoeira. “Em 2008 vai ser realizado onde nasci, em Taraquá, e em 2010 vai ser em Yauaretêâ€, explica, revelando a ordem permanente do rodÃzio.
As atividades esportivas são divididas entre Esporte de Ãndio e Esporte de Branco, no esporte de branco estão as competições de futebol, futsal, vôlei e basquete. Na categoria esporte de Ãndio estão as competições de arco e flecha, zarabatana, mergulho (apnéia ou quem-fica-mais-tempo-debaixo-d’água-ganha) e a natação, teste de velocidade e resistência que compreende a travessia do rio.
A parte cultural é realizada sempre à noite; as chamadas Noitadas Culturais apresentam danças ou rituais escolhidos por cada grupo para apresentação. “Cada etnia tem uma hora para mostrar seu ritual, todos trazem instrumentos e as pinturas no corpo que usam nas suas comunidades, depois das apresentações a gente faz uma grande festa com música de branco mesmoâ€, conta Genival. O curioso é a tradução de muitas músicas nacionais e internacionais para o Tukano, segundo o professor. “A gente tem que saber o que está sendo falado na música, não é?â€, brinca.
Participaram este ano as etnias Piratapuia, Dessana, Tukano, Wanana, entre outros. A participação dos colombianos Barassanos mostra o nÃvel da integração que se busca entre os indÃgenas da região e o caráter social, cultural e polÃtico por trás das atividades esportivas. “É um momento que aproveitamos a reunião para falar de tudo e conhecer mais uns aos outros, para nos organizarmos cada vez maisâ€, diz o professor, que se autodenomina Piratapuia.
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