A Música Eletrônica em suas vertentes

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júlio coelhorosa · Belo Horizonte, MG
13/5/2008 · 42 · 0
 

No Brasil, muitos acham que a música eletrônica executada por dee jays é sinônimo de ‘’ruído’’, ‘’coisa de clubbers e ravers extasiados’’ e/ou ‘’burgueses alienados’’. E a crítica, formadora de opinião que é, não fica só no blá, blá, blá. Entre outros discursos e juízos morais, está na boca dos conservadores, que são muitos: ‘’ É a morte da música”, ‘’um subproduto típico da indústria cultural especulativa’’. O pior de tudo, claro, somos todos vítimas dessa reverberação de achismos e ranhetice. C´est la vie! Ressalte-se, contudo, que na opinião de outros, o discurso "externo" é o que menos importa, o grande lance é desconstruir, unir, reinventar, transformar e depois reinjetar. Nessa mudança de paradigma, que muito remete ao ideário punk do “faça você mesmo” (do it yourself), esses dee jays, antigamente relegados a um papel secundário, reúne jovens e adultos que trazem de volta diversos ideais. Tudo começou com as experimentações da vanguarda eletrônica do Século 20. No final da década de 40, Pierre Schaeffer criou a Musique Concrète, compondo a partir de ruídos pré-gravados em fitas magnéticas. Pouco a pouco surgiram as primeiras composições de resultado satisfatório: Symphonie pour un homme seul e a ópera Orpheé 51. Em 1940, John Cage conseguiu novos sons no piano com a incorporação de parafusos e borrachas sobre as cordas do instrumento, produzindo ruídos cotidianos e sons eletrônicos. Na Alemanha dos anos 50, surgiu uma outra vertente de experimentação, a Elektronische Musik (ou "música eletrônica pura"). Karlheinz Stockhausen criou a música eletroacústica, fundindo sons inteiramente artificiais produzidos por aparelhos como gravadores de rolo. No entanto, as condições tecnológicas compartilhadas por esses extremos da prática musical eletrônica, ainda eram criações distantes do ouvido popular. Ao final dos anos 60, em meio à efervescência do flower power, surge o paradigmático Kraftwerk ("usina de força"), a partícula fundamental para que essa miscigenação de gêneros(clássica, sinfónica, electrónica, etno, rock, pop) se tornasse cool. O Kraft foi fundado na cidade de Düsseldorf, Alemanha, por Florian Schneider-Esleben e Ralf Hütter, ambos influenciados pelas composições clássicas de vanguarda de Stockhausen. Ralf e Florian faziam parte da cena musical alemã do final dos anos 60, quando o rock foi assimilado por grupos como Can, Amon Düül, Ash Ra Tempel, Tangerine Dream e Guru Guru. Mais tarde rotulados de krautrock, "Rock Couve-Flor" (couve-flor em alemão é Kraut). De 1971 a 1972, lançam dois discos: Kraftwerk(1971), Kraftwerk 2 (1972), que saíram apenas na Alemanha. Depois de algum tempo, a gravadora inglesa Vertigo Record descobriu a dupla e editou dois discos. Ainda como uma dupla, o Kraftwerk lançou o álbum ‘’Ralf und Florian’’(1973). Nesta época é consolidada a sua formação clássica com Wolfgang Flur e Karl Bartos, juntando-se a Ralf Hütter e Florian Schneider. A partir do quarto LP, Autobahn (1974), o Kraftwerk finalmente ultrapassou as fronteiras alemãs para tornar-se uma referência mundial. David Bowie e Brian Eno muito se basearam neles quando fizeram os álbuns "Low" e "Heroes".

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