Cultura em movimento

Para quem deseja entender melhor o que é e o que faz o movimento Social das Culturas, a PosTV trouxe neste domingo uma entrevista específica sobre o tema. Como convidado o escritor, ativista e atual Secretário Adjunto de Cultura do Rio Grande do Sul, que também faz parte do corpo docente da UniCult - Universidade das Culturas. Quem também esteve contribuindo com as reflexões, foi o Ney Hugo, gestor da UniFdE - Universidade Livre Fora do Eixo na região Sul, e que também atua na frente de Música do Fora do Eixo.

A sensação que se tem é que esta temática faz parte do nosso - trabalhadores da Cultura - cotidiano, desde sempre. Contudo, o Movimento é novo, faz parte de um conjuntura ainda mais jovem, e que tem dezenas de desafios em 2013.

A ideia era comentar os fatos mais marcantes de 2012 e delinar as perspectivas neste ano que acaba de começar. Isso de fato aconteceu neste primeiro programa, transmitido ao vivo pela Casa Fora do Eixo Porto Alegre. Contudo, as reflexões foram além da pauta, e perpassaram pela politica ambiental, economica e social. Natural quando o assunto é Cultura, afinal, ela é intrínseca a toda nossa vida.

Para Jéferson, o fato mais marcante protagonizado pelo Movimento em 2012 foi a campanha Cidade que Queremos, realizada de ponta a ponta do país, com debates on e off line durante o perído eleitoral. A PosTV transmitiu mais de 100 programas, realizado pelos mais diferentes segmentos da Cultura, colocando em um mesmo espaço a sociedade civil e os candidatos das eleições municipais.

“As ultimas eleições, marcaram uma nova maneira de posicionar frente a política partidária, uma vez que pessoas de diferentes partidos e seguimentos, estão pensando a pólis que queremos, em seu sentido mais radical e de forma coletiva�, comentou Jeferson. Ele destacou também o posicionamento e as novas formas de enfrentamento que a juventude tem usado, em especial a utilização consciente das ferramentas digitais. Dentre os desafios, segundo o Secretário, esta o avanço e aperfeiçoamento de tudo que já foi feito, em 2012, tal como a conexão com as redes internacionais e o diálogo com o Estado.

Já Ney Hugo destacou como acontecimento marcante de 2012, as conexões e a diversidades culturais das redes em contato direto, durante a Cúpula dos Povos. Para ele, foi um momento histórico, no qual pode-se participar, debater e dialogar, não somente entre as redes, mas também com o Estado, sem a figura de intermediador.

“Todo o retrocesso causado pela antiga gestão do Minc, no que diz respeito ao diálogo e proposição de novas políticas sociais de cultura, fez com que o as pessoas criassem alternativa de conexões, e isso só fez com que o movimento tomasse ainda mais forma e corpo, junto ao enfrentamento político e cultural�, comentou Ney Hugo. Ele trabalhou na Arena Socioambiental, espaço criado durante a Cúpula, onde Estado e sociedade conversaram e pensaram em estratégias para serem desenvolvidas em conjunto. Vale lembrar, que por lá estavam desde associações de catadores de lixo, até povos indígenas.

Outro assunto comentado por ambos, foi a necessidade da criação de secretarias municipais de cultura e o enfrentamento à fusão com das mesmas com outras pastas, anunciada em muitos municípios. Todo esse contexto reflete quão urgente é o georeferenciamento cultural e a ocupação de espaços públicos.

Estamos no sétimo dia do primeiro mês de 2013, e todas as possibilidade de transformação social por meio da cultura são exequíveis. Pelo que se pode sentir, o estímulo das pessoas, bem como a urgência de uma organização mais qualificada é o que dará o tom desse ano, que se anuncia como o mais especial das nossas vidas. As reais transformações sociais já estão a caminho.

Assista ao programa na íntegra.

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