Modelo de Produtoras Culturais Colaborativas, desenvolvido pelo Pontão de Cultura Digital do Recife, mostra possibilidades de intercâmbios e parcerias entre instituições culturais
Em 2006, o pernambucano Pedro Jatobá, atualmente Coordenador de Geração de Renda do Centro de Desenvolvimento de Tecnologias Livres (CDTL), Pontão de Cultura Digital do Recife, se deu conta de dois gargalos que atravancavam o fortalecimento da cultura no Brasil. O primeiro era como estimular a formação de uma identidade local e a valorização das particularidades/potencialidades de cada comunidade. O segundo se fixava nas formas de sustentabilidade dos centros culturais brasileiros, cuja grande maioria depende exclusivamente de recursos públicos.
Então, com base em uma das formas mais antigas de comércio – o escambo – surgiu o conceito Produtoras Culturais Colaborativas, que está sendo disseminado através do CDTL. A idéia das PCC é criar uma estrutura que garanta geração de renda para a instituição cultural, ao mesmo tempo que dá suporte para os grupos culturais da comunidade se desenvolverem, conforme explica Jatobá: "A partir do momento em que a entidade organiza um cardápio das atividades que oferece, fica mais fácil para ela formalizar a cobrança de quem pode pagar, para se manter, e dedicar uma cota de serviços gratuitos para os grupos culturais da comunidade, para fortalecer as linguagens e conhecimentos ali existentesâ€.
A lógica das Produtoras Culturais Colaborativas utiliza ainda a internet como meio de divulgação dos produtos e serviços oferecidos por agentes/instituições culturais, resultando no contato direto entre consumidores e fornecedores. Isso permite, por exemplo, que uma banda que precise gravar um CD possa pagar esse trabalho sob a forma de apresentações. O estúdio de áudio, por sua vez, pode usar esses shows como moeda de troca com um buffet, que pode usar os serviços da banda ou trocá-los por outra coisa.
O Pontão de Cultura Digital está construindo com os Pontos de Cultura de Pernambuco e outras instituições culturais as referências das Produtoras Culturais Colaborativas, de forma que a idéia possa ser replicada em outros Estados e comunidades. “Pretendemos que a iniciativa das PCCs representem 10% a 15% da renda dos centro culturais, através da simples oferta de produtos e serviços", diz Pedro Jatobá.
A primeira experiência prática das Produtoras Culturais Colaborativas foi construÃda coletivamente na Aldeia da Paz, no Fórum Social Mundial 2009. Confira as fotos.
Que interessante, MaÃra! O grande desafio é estipular os valores correspondentes a cada ação que pode ser "trocada", imagino. Lendo seu texto lembrei da experiência do Cubo Card, do pessoal do Espaço Cubo, de Cuiabá. Não sei em que pé está essa história, de repente poderia valer a pena uma conversa, já que há muita similaridade nesta ideia de escambo. Acho muito válida a iniciativa! Abraços
Helena Aragão · Rio de Janeiro, RJ 8/4/2009 20:18Para comentar é preciso estar logado no site. Faça primeiro seu login ou registre-se no Overmundo, e adicione seus comentários em seguida.
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