Enquanto o mundo ainda discute, 30 anos após a sua morte, se o finado Elvis morreu ou não, se é o rei do rock ou não, cinco cariocas amigos de longa data passaram ao largo da efeméride, pegaram nos instrumentos e se trancaram no estúdio Boombox, em Santa Tereza, para iniciar os trabalhos de gravação do seu segundo álbum. E antes de sair o primeiro. É que os tempos de Elvis já vão longe e grupos como o Rockz andam na velocidade dos bits, entre sites, MSN, Gmail, Youtube, Myspace, Orkut etc.
Mas a verve do rock carioca pulsa na mesma e está toda lá. Digo, na Internet para quem quiser conferir e no EP para quem se ligou que a banda veio para ficar e guardou a pérola. Não é preciso relembrar a velha guarda do rock praieiro nem apontar Strokes ou Franz Ferdinand para situar ou pôr a banda na mira. É só Rockz. Que o digam Pedro Garcia (bateria) e Nobru (guitarra).
O primeiro disco da banda está saindo do forno. Quem está mais ansioso? Vocês ou o público?
Pedro Garcia | Acho que os dois… a gente quer fazer muitos shows, entrar em turnês e a galera também não aguenta mais esperar.
Como foi o processo de composição e gravação em comparação com os outros projetos que participaram, como o Cabeça, Planet Hemp e Seletores de Frequência? O que podemos esperar da produção do disco?
Pedro Garcia | O processo foi bem diferente de todos, pois a gente ia compondo e gravando ao mesmo tempo, depois escutávamos e mudávamos tudo, mas as experiências com os outros discos ajudou bastante. Foi bem tranquilo, já que todos somos amigos de longa data...
O próximo show agendado será no Canecão, antes mesmo da saÃda do disco de estréia. Não sendo caso único, ainda não é algo comum na programação da renomada casa do Rio. Qual é o plano?
Pedro Garcia | O Canecão tem agora um projeto para bandas novas que estão se destacando no cenário, e isto é uma tendência, já que as gravadoras grandes se recusam a renovar o seu casting e todo mundo está querendo coisa nova, ouvir coisa nova.
E o CD já tem gravadora ou sairá independente?
Pedro Garcia | Ainda não sabemos… Estamos em negociação, Veremos o que será melhor.
O rock voltou a fazer esporro nos últimos anos e as reverberações reanimaram projetos que já estavam na estrada há muito e deu gás para outras que estavam surgindo, como o próprio Rockz, Moptop, River Raid etc. O público está correspondendo com interesse às bandas brasileiras?
Pedro Garcia | Acho que sim. A coisa é cÃclica, mas o rock nunca morre, quem gosta não deixa de gostar. Às vezes a mÃdia bota em evidência, à s vezes não. Mas atualmente o rock deu essa aquecida independente da mÃdia. Foi uma coisa natural, do mesmo jeito que a gente gosta de tocar e compor essas músicas. É uma energia única, que só o rock pode nos proporcionar.
Elvis não morreu?
Pedro Garcia | Ahahaha!! Acho que fisicamente sim.
No fotolog da banda, vocês postaram uma nota comparando a capa do EP do Rockz (de 2006) com a capa do novo CD do The Bravery, um ano depois, contando a história de que você entregou o EP em mãos ao Sam (vocalista), numa noite no Rio. Houve uma colagem gráfica, mas parece que foi mais do isto: o nome do CD ("the sun and the moon"), parece admitir que, digamos, vocês são o sol (na capa do EP do Rockz, raios solares irradiam da banda), e eles, a lua (os membros do Bravery aparecem iluminados por raios idênticos aos do EP do Rockz, mas em foto a preto e branco). Concordam com esta leitura?
Pedro Rockz | Ahaaha! Nunca tinha pensado nisso, mas também não chega a tanto né? Acho que eles gostaram da capa e só, tipo "vamos fazer essa capa pra gente".
Afinal, o Rio é tão cá embaixo, né? Mas com tanta tecnologia de informação estreitando as pessoas e as fronteiras - por onde aliás o Rockz surfa desde o começo (fotolog, myspace, site, blog, orkut etc) -, ainda é possÃvel aceitar esta distância? Acha que foi reconhecimento/homenagem ou plágio?
Pedro Garcia | Isso é o de menos… a gente só não quer que as pessoas pensem que nós é que copiamos a capa deles... (risos). Por um lado é bom também, pois é uma prova de que o nosso trabalho foi bem feito.
Esperam tocar no exterior? Acham que o Rockz tá pronto para fazer frente às bandas gringas?
Pedro Garcia | Com certeza, já estamos vendo umas coisas para tocar lá fora.
Em geral, os temas das músicas do Rockz passam por paixões, desvarios, bebedeiras, desamores e curtição, mas sempre com alto astral. A inocência do rock é a salvação?
Nobru | O rock não precisa ser salvo. As músicas desse disco têm essa temática porque era o que a gente queria fazer nesse perÃodo. O próximo pode ser bem diferente. Ou não. E o disco também não é tão alto astral assim. (risos)
O CD já tem titulo?
Pedro Garcia | Deve ser Rockz mesmo.
Depois de vários shows em casas de pequeno e médio porte e de criarem uma numerosa comunidade de fãs na internet, com exceção do lançamento do disco, qual a expectativa?
Pedro Garcia | A nossa expectavia é conseguir viver de música, fazer muitos shows, gravar outros discos, trabalhar e se divertir. A cada show, seja onde for, a banda cresce mais um pouquinho.
Como está sendo trabalhar no projeto Unplugged MTV do Lobão? Sente de alguma forma como um encontro de gerações do rock carioca?
Pedro Garcia | Conheci o Lobão quando estava gravando o disco do BNegão e ficamos amigos e nos damos bem tocando juntos também. Encontro de gerações? Acho que a idade não quer dizer nada… Aprendo muita coisa com ele e ele acaba aprendendo comigo também...
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Rockz à mão:
www.rockz.com.br
www.myspace.com/rockz1
www.fotolog.com/_rockz
Comunicade Rockz no Orkut
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