Tudo começou ainda na construção da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, entre os anos de 1907 a 1912, quando maranhenses trouxeram do nordeste o bumba-meu-boi e as quadrilhas. De lá pra cá, o Território Federal do Guaporé, que mais tarde se tornou estado de Rondônia, não parou de receber influências de diferentes localidades do Brasil. “PouquÃssima coisa existia nessa épocaâ€, lembra o carnavalesco e compositor Silvio Santos, que mora em Porto Velho há mais de sessenta anos. O bumba-meu-boi - que resgata uma história tÃpica das relações sociais e econômicas da região durante o perÃodo colonial, criação extensiva de gado e escravidão - ganha uma releitura e passa a ser caracterizado como boi-bumbá, que hoje tem grande força principalmente em Parintins, no Amazonas.
Mas foi em 1978, com a abertura da BR364, que começou a chegar gente de todo o Brasil, principalmente do Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Traziam consigo suas essências, cada um no seu estilo. De rodeio e bailão à “lambadão†e tradições gaúchas. Uma mistura só. Desse modo, há seis anos, existe em Porto Velho o Centro de Tradições Gaúchas Ronda Crioula, entidade que reúne tradicionalistas e simpatizantes da cultura sulista. Edgar Tonial, o ‘Patrão’ (nome dado ao presidente da entidade) conta que o Centro já existia no estado, mas ainda não havia sede própria. “O nosso primeiro baile gaúcho foi realizado em abril do ano passado já no nosso espaço, que nos deu mais confiança para seguir em frenteâ€, diz. Ele revela que o “Crioulão†ainda está em crescimento.
Aliás, quem diria, a galera da zona leste, no bairro JK, considerada quase sempre como ameaça de criminalidade à população, fortalece cada vez mais o espaço do reggae. Seja com o bloco Jamaica, existente há mais de seis anos, que se apresenta na avenida todos os anos no carnaval. Como carnaval é uma vez só por ano, por conta disso, existe o “Point Estrela Negra†(ou Bar do Reggae), que mantém suas portas abertas para quem gosta de curtir um som mais tranqüilo, mais envolvente. É o que afirma o DJ Eric Marley, que anima a galera aos finais de semana. “É legal você ver a galera cantando as músicas de Marley, todos curtindo numa boaâ€, explica. A estudante Maricélia dos Santos, 19 anos, também gosta da batida lenta e mora um pouco distante do “Pointâ€, mas isso não é problema, garante. “Eu vim do Maranhão e, não tem jeito, curto reggae desde pequena e foi somente aqui, na zona leste, que encontrei esse movimentoâ€.
É da zona leste também que o ritmo brega arrasta multidões a casas noturnas aos finais de semana. O Fuzark Bar, um dos mais movimentados daquela região, é um exemplo de Calypso, Wanderley Andrade e companhia tudo junto. “A casa fica lotada e o público, pra variar, dança até amanhecer o diaâ€, justifica a proprietária e empresária Celeste da Costa. “A música é fácil de ser compreendida porque conta a história de amores mal resolvidos, traições e culpas; o público adora isso aquiâ€, relata. Como o Fuzark, existe o Papo D´skina (na zona sul) e o Toca dos Cobras (zona norte) todos com o mesmo diferencial: tocar o ritmo que nasceu no Pará, o brega.
Assim, além de receber diferentes culturas, seja na música, na dança ou em qualquer outro estilo, Rondônia ganha porque recebe influências e costumes que acabam caracterizando um cenário próprio e autêntico. Cultura pop popular.
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