Samuel D’Angelo e o Pra lá dos Mundéu

O grupo é formado por Samuel D’Angelo (violão e vocal), Vladmir Cerqueira (baixo e a direção musical também é dele), Anderson Oliveira (violoncelo) e Moreno Teixeira (percussão), o grupo eletrizou o último Festival de Inverno de Ouro Preto, lotou o Vinnil Cultura Bar, famoso ponto de encontro da vida cultural de Belo Horizonte, terminando fevereiro deste ano com uma apresentação de sucesso no Sesc Pompéia, em São Paulo. Segundo o jornalista Celso Fonseca, gerente de conteúdo do Portal Terra, que escreveu crítica de música durante vários anos para IstoÉ, Estado de S. Paulo e Jornal da Tarde, “talvez seja pouco atribuir a esses quatro surpreendentes músicos o fato de que eles produzem a nova música mineira�. Para Fonseca, a música do grupo “tem um magnetismo raro, sedimentado numa sonoridade eloqüente, que faz com que vanguarda e tradição sejam irmãos de fé�. Celso afirma que “o quarteto cria um som de alma furiosa e em alguns momentos de um aconchego quase camerístico�, qualificando a voz de Samuel D’Angelo como a de “um espírito mineiro desafiador, que se move pelo anseio da liberdade� (veja, ao final deste texto, a íntegra da crítica de Celso Fonseca). Samuel D’Angelo tem clareza do que pretende. Ele afirma que está surgindo “uma nova vertente musical em Minas, uma renovação importante�. Para o líder do grupo, “Minas não é mais apenas o Clube da Esquina, apesar do indiscutível valor do que eles fizeram. O que estamos propondo é o início de uma nova idéia. Queremos acrescentar um novo estilo, voltado ao ‘naïf’, por meio do qual conversamos com diferentes tradições musicais�. Inspirados pela cultura regional de Minas, o grupo ultrapassou o mero regionalismo, criando uma linguagem universal, capaz de dialogar com a tradição dos antigos menestréis, com a poesia de Marília e Dirceu, mas aberto à linguagem contemporânea, disposto a falar com o mundo.