Solto entrevista Elohim Seabra

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Solto · Natal, RN
9/4/2010 · 0 · 0
 

Um certo dia, o natalense Elohim Seabra decidiu perder a vergonha de cantar. Ele subiu ao palco e cantou. Vieram os aplausos e o rapaz teve certeza de que o seu futuro estava na música. Mal havia começado a carreira em Natal, com um repertório mínimo, e achou de ir embora para o Rio de Janeiro, onde após uma sucessão de acontecimentos felizes ficou amigo de Maria Rita e obteve dela a autorização para fazer o show “Eu vi Elis Sorrindoâ€, com o qual conseguiu o feito de se apresentar no Canecão. É este mesmo show que Elohim apresenta no próximo dia 14 em Natal no Teatro Alberto Maranhão, às 20h. Só pela história do artista, já vale a pena conferir.

Quando começa a história do cantor Elohim Seabra?
Minha história na música tem apenas oito anos, embora eu seja filho de Hodevah Seabra, cantor, compositor e violonista que atuou no lendário Beco das Garrafas nos anos 50 e 60. Meu pai conheceu Elis Regina em início de carreira, tocou com João Gilberto e outros nomes importantes da música brasileira no gênese da bossa nova. Foi quem ensinou Evaldo Gouveia a tocar violão. O sonho de papai era ter um filho cantor, mas ele morreu em 1988 e não chegou a me ver cantando.

Por que você demorou a começar a cantar?
Queria cantar há mais tempo, mas não tinha coragem. Morria de vergonha.

O que você fazia antes?
Eu sou artista plástico e era empresário no ramo de roupas. Criei e mantive por 11 anos a grife Gato Gaiato. Tinha três lojas em Natal, mas não estava feliz. Larguei tudo, fechei as lojas e fui embora.

Deve ter sido uma decisão difícil...
Foi muito difícil. Precisei sonhar com meu pai descendo as escadas com minhas malas. No sonho, ele dizia: “Você vai emboraâ€. Aí não teve mais jeito.

Você conhecia alguém no Rio?
Ninguém. Cheguei lá, como se diz, puxando a cachorrinha.

Como foi no início?
Eu tinha chegado ao Rio fazia 20 dias e fui assistir a um show de Cauby Peixoto, um dos cantores com quem papai tocou. A apresentação seria na Casa de Cultura Estácio de Sá, mas Cauby passou mal e nem subiu às escadas. Miéle, que era o apresentador, entreteu o público enquanto pode conversando e contando piadas, mas depois avisou que infelizmente não haveria mais o show porque Cauby havia passado mal. Foi então que uma pessoa que estava sentada à mesa comigo e a quem eu tinha contado a história do meu pai gritou pra Miéle: “Olha, esse rapaz é um cantor de Natal. Deixa ele dar uma canjaâ€.

E você foi...
Eu estava morrendo de vergonha, mas botaram o foco de luz em cima de mim e eu acabei subindo no palco e cantando uma música de Roberto Carlos. Fui aplaudidíssimo e saí de lá aos prantos. Foi quando disse pra mim mesmo: eu vim aqui pra isso.

Você chegou ao Rio sem conhecer ninguém e sem que ninguém lhe conhecesse. De repente, estava no show de 40 anos do Canecão ao lado de algumas estrelas da música brasileira e no Segundo Caderno do jornal O Globo. Conte direito essa história.
(Risos...) São muitas histórias e algumas apresentações até chegar a esse show no Canecão, em 2007. Eu já havia conhecido Maria Rita, que foi quem deu a autorização para que eu pudesse fazer o show “Eu vi Elis sorrindoâ€, cuja estreia aconteceu em 2005, no Teatro Antonio Fagundes, na Barra da Tijuca. Aí veio essa oportunidade de cantar no Canecão, que não costuma ser dada a cantores em início de carreira.

Surgiu daí o interesse de O Globo entrevistar você?
No letreiro do Canecão, o meu nome era um dos maiores, bem destacado, ao lado de cantores como Fagner. Isso gerou uma curiosidade muito grande. Todo mundo que via o letreiro queria saber quem era Elohim Seabra. Foi assim que fui parar no Segundo Caderno de O Globo, o que deve ter deixado muita gente intrigada.

Por que?
Porque a matéria saiu em meia página, um espaço muito nobre e disputado.

E depois disso?
Fiz várias outras apresentações com o show, inclusive no Teatro Rival, e também participei do programa Alô Rio, da Rádio MEC, e na Rádio Nacional com o show ao vivo. Em 2008, fui primeiro lugar no Prêmio do Festival de Serestas de Conservatória, RJ, ano em que o festival comemorou os 100 anos de Sílvio Caldas.

O que vem depois de “Eu vi Elis sorrindo?
Pretendo lançar este ano o CD “Ipanema Blue†e montar um novo show, que será em homenagem ao Rio, com músicas de Ivan Lins, Aldir Blanc, entre outros.

Alguma vez passou pela sua cabeça desistir da música e voltar para Natal?
Em nem um segundo. Cada vez mais eu tenho certeza do meu trabalho e da escolha que fiz.

Veja mais: www.soltonacidade.com.br

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