As partes de "O Trauma da Crise" vão crescendo em cinismo. Essa terceira ainda conta com certa dose de exasperação, mas propõe uma solução para a questão de nossos frágeis dentes, comparados com as presas da pantera circense que nos devora de-fora: quando eles se forem, fiquemos com o caldo nutritivo. Ou saiamos junto com o feno do chão da jaula, e o último apaga a luz.
Como deixam que fiquamos com uma esquerda meia-bomba no poder, depois que o Poder com P maiúsculo não é mais de presidentes eleitos, mas de donos vitalÃcios de bancos, trustes, multinacionais...
Letra:
"O CALDO NUTRITIVO
"Meus dentes estão presos ao palato e à mandÃbula.
Contraio-me na tensão. Eles trincam, e perco o esmalto
Que de leite fortaleço com intenção.
"Meu esforço em melhorar esbarra na menos cruel
Das impossibilidades - tudo é dado ao ser humano,
Mas tudo é dado a ele decidir.
"Desde quando trinco os dentes?
Sua vida esbarrou na jaula e gerou
Um momento de forças iguais.
"Minha decisão é a do faquir -
Suporto provações no dente
Pois é de você que estou doente.
"Porto, o navio cheio de mercadorias
Vai à terra de meus pais.
Todos meus irmãos são atacados.
Desprezados, morrem de fome e objetivo;
Sem os dentes, sua meta seria
O caldo nutritivo."
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