80 professores e futuros professores de ensino médio e fundamental em Sergipe estão tendo a possibilidade de aprofundar estudos sobre história e geografia da Ãfrica e sobre cultura afro-brasileira. O Curso de aperfeiçoamento em História e Cultura africana e afro-brasileira, promovido pelo Núcleo de estudos afro-brasileiros (NEAB) da Universidade Federal de Sergipe (UFS), é um passo para a socialização de informações mais especÃficas sobre o continente africano e a intrÃnseca relação de seus descendentes e sua cultura no Brasil. O projeto foi idealizado pelo antropólogo e Prof. Dr. Frank Nilton Marcon, do Departamento de Ciências Sociais da UFS, e financiado pela Uniafro, o Programa de Ações Afirmativas para a População Negra nas Instituições Públicas de Educação Superior, do Ministério da Educação, através de seleção pública de projetos.
O curso teve inÃcio no dia 16 de setembro e deve terminar em dezembro desse ano. As aulas acontecem em dois pólos: um no campus da UFS em São Cristóvão, com 40 alunos, e outro no campus Itabaiana da mesma universidade, com 40 alunos.
As disciplinas ministradas são: Educação e relações étnico-raciais, Ãfrica: cultura e polÃtica, História e Geografia da Ãfrica, Religiões afro-brasileiras, Africanos no Brasil e Metodologia do Ensino de Estudos sobre a Ãfrica e a Cultura Afro-brasileira.
Dentre os ministrantes está o Prof. Dr. Hippolyte Brice Sogbossi, natural do Benin, antigo Daomé. A presença do professor beninense e de um dos estudantes de Ciências Sociais da UFS, também africano da Guiné Bissau, AbÃlio, é uma sensação entre os alunos de curso. Além de deslumbrados com as informações didáticas das aulas, as perguntas curiosas sobre a vida na Ãfrica são muitas. A confusão maior é quando alguns alunos tratam a Ãfrica como um só paÃs, e fazem perguntas muito gerais, como uma das alunas que perguntou se haveria um rei ou presidente para a Ãfrica. A explicação é sempre minuciosa e trazendo a luz para o fato de que os paÃses africanos são muitos e possuem informações culturais diferenciadas, mesmo dentro de um mesmo paÃs*.
Essas e outras elucidações estão sendo construÃdas, e o que mais se comenta entre os alunos é o fato de que tudo é muito novo para eles. No ensino formal, muito pouco da Ãfrica é passado, e sempre de forma relativa. “Eu num tinha idéia de as coisas eram tão diferentes do que a gente vê na novela, nos livrosâ€, afirmou Elialda, uma das alunas do curso.
Cada disciplina é acompanhada por um monitor, que é membro do Neab e estudante de graduação da UFS. Os monitores passaram por um processo seletivo para ocupar a posição. Essa que vos escreve é um desses monitores e posso dizer que a experiência é fantástica, tanto como aluna-ouvinte do curso, e como espectadora do processo de desenvolvimento do conhecimento para aquelas pessoas.
Ao fim do curso, os alunos deverão produzir um texto com foco num dos tópicos dados e relaciona-los com a prática educacional, ou seja, seria a elaboração de um breve projeto pedagógico abordando a cultura afro-brasileira. A grande esperança desse projeto é colaborar para a formação de profissionais educadores mais sensÃveis e Ãntimos da realidade de uns dos elementos fundamentais para a cultura brasileira. Os trabalhos deverão ser publicados numa coleção.
*Isso se deve por conta de que a partilha do continente, feita pelos europeus na Conferência de Berlim em 1884, na qual se ignorou a existência dos reinos, ou seja, existem descendentes de um mesmo reino que vivem em paÃses diferentes.
Oi Chris, legal esta matéria. Estou interessado no assunto. Sou professor de ensino médio (pelo menos quando consigo contrato...). Queira saber mais do projeto, se desenvolve textos e disponibiliza bibliografias para professores fora do estado de SE. Se na área da religião estão trabalhando as religiões locais, como e quais são as tradições afro daÃ. Enfim, eu também quero fazer o curso (rsrs)...
Oswaldo Giovannini · Leopoldina, MG 27/10/2006 09:43Para comentar é preciso estar logado no site. Faça primeiro seu login ou registre-se no Overmundo, e adicione seus comentários em seguida.
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