pra quem tá quente e cru

rodando pela cidade que quase dorme, depois de muito riso, gente, amores, prazeres frugais, labores e horrores, a viola rangedeira traz um chamego pra quem ensaia pegar a estrada noite adentro.
saudade do matão de lá quando a lua parece um meio queijo no céu e o asfalto é um novo tipo de deserto nesse campo imenso de tão vasto e diverso.
em tempos de revolução, quando até mesmo o mais democrático mecanismo de interlocução criado pelo estado de direito (isso mesmo, seu, meu direito) em que vivemos cai na conversa fiada de senhores e senhoras nada ilustres; tempos insanos em que o caos precede uma nova ordem bem no meio da sua cara, a vida segue em ritmo vertiginoso com doses bem vindas de bourbon, vinhos e absinto misturados à produção do pão nosso de todo dia, ao exercício cotidiano do afeto e à insanidade que faz suportar tanto paradoxo e incoerência, todo dia.
fato é, que em meio à toda essa hiper-realidade, a capital do matão de cá recebe os vizinhos do Distrito Federal trazendo tudo que a cena de lá anda produzindo de melhor nas artes cênicas, com espetáculos, oficinas, rodadas de negócios com curadores de ações ávidas por ver o que se faz aqui, encontros, encantos.
Festival de Teatro Brasileiro – Cena DF – Etapa Mato Grosso do Sul já vai a meio e você que anda por essas bandas de cá ainda tem até dia 07 de julho pra desfrutar de ao menos uma das iguarias pra alma que essa galera trouxe de presente. Chega junto, que hoje tem O Cano no Teatro Glauce Rocha e a semana começa linda com o festival saindo às ruas. Diversão, intercâmbio e arte por toda parte.