Qual é a falta que nos move?

Os atores na casa onde ficaram presos por 13 horas de filmagem contínua.
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Rafa Medeiros · Rio de Janeiro, RJ
17/6/2011 · 17 · 1
 

Tudo começou no início da década passada (a que se iniciou em 2001), com a proposta de uma trilogia: 'Uma cadeira para a solidão, duas para o diálogo e três para a sociedade'. A diretora teatral Christiane Jatahy passou os anos seguintes pesquisando linguagens e novos dispositivos de criação, e apresentou três propostas inovadoras de encanação nos palcos do Rio de Janeiro e algumas outras cidades.

A primeira parte de sua trilogia, "Conjugado", foi um monólogo interpretado por Malu Galli, no qual a vida de uma mulher solitária ganhava representação por meio da combinação de performance, projeção de documentário e instalação. A segunda parte dessa série, "A Falta que nos Move ou Todas As Histórias São Ficção", 2005, jogava abertamente com as relações entre ator e platéia: enquanto preparava um jantar e esperava um convidado, o elenco conversava com o público sem deixar claro, em muitos momentos, os limites entre interpretação, realidade e ficção. Em “Corte Secoâ€, que fecha a trilogia, a diretora editava a peça ao vivo em cena, enquanto câmeras de segurança revelavam o espaço público e os bastidores do teatro.

Estes estudos de narrativa deixavam claro o terreno de experimentação do teatro e as possibilidades de investigação dentro (e ocasionalmente fora) de uma sala de ensaio. Christiane, disposta a percorrer outras distâncias, decidiu estender a segunda parte da trilogia ao domínio cinematográfico através de uma adaptação inédita: um roteiro inspirado na peça para cada um dos 5 atores, que foram dirigidos por mensagens de texto ao longo de 13 horas de filmagem contínua. O resultado? Um filme de 105 minutos que transporta o espectador à experiência claustrofóbica dos atores/personagens, traçando uma linha quase invisível entre realidade e ficção.

O longa foi filmado em 2009 e exibido pela primeira vez no Festival do Rio do mesmo ano. No próximo dia 1º de julho, 2 anos depois, o ele finalmente chega aos circuitos de cinema do Brasil, completando a saga do quarto elemento da trilogia.

Enquanto aguardamos o lançamento, Jatahy lança trechos das 13 horas que não entraram para o filme, através de seu site - http://afaltaquenosmove.com/ - e cria lacunas, faltas que nos movem a querer mais.

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Inês Nin
 

Oi, Rafa, que bom te ver pelo Overmundo! Boa matéria, verei o filme! :)

Inês Nin · Rio de Janeiro, RJ 18/7/2011 17:53
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