(RE)flexões. Poucas, boas e más.

É incrivel como em meu Estado (Amazonas) e na maioria dos estados da região Norte, apesar de inúmeras empresas, poucas ainda dão a devida atenção ao público local como formador de opinião em eventos culturais. Elas preferem usar e abusar de seu marketing em regiões mais populosas(logicamente) como Sul e Centro-oeste. Apesar disso o crescimento e amadurecimento de entidades e grupos culturais, vem guerreiramente tentando criar um cenário de constante crescimento e amadurecimento cultural. Mesmo contando com apoios restritos de meios empresariais e públicos.

Mesmo estando entre os Estados mais ricos do país, e a visível transformação urbana e social, ainda existem poucos: espaços(público ou privado), público e de opções, ou seja, uma maior diversidade em opções culturais locais. Influenciados por modas de outros centros urbanos, sejam internacionais ou nacionais, músicas vindas de outras terras ganham ares por aqui com maior êxito. O mesmo se aplica à valoração dos artistas locais, que quando conseguem uma certa notoriedade fora do Estado (tendo ou não notoriedade anterior) ganham ares de "verdadeiros" artistas. Sejam eles atores, músicos, fotógrafos, etc. Mostrando a desvaloração ou a própria ignorância de se visualizar e valorar seus artistas.

Dominados por apadrinhamentos políticos, puxasaquismos ou auto-divulgação as mídias locais de cultura (se é que possuímos) pouco acrescentam em diferencial e incentivos culturais concretos. Embora ganhem notoriedade em parcas notas de rodapé e capa de jornais de "cultura" em dias de pouca circulação.

Excluindo-se desta os conhecidos festivais folclóricos locais, que, esses sim, possuem grande apoio e incentivos governamentais e empresariais, auto-explicando-se pelo apelo popular e pela cultura histórica que representa para nosso povo. Representa movimentação suficiente para governo e produtoras encher a boca e de orgulho a "grande" ação em prol da cultura regional.

E que fique claro que cultura alternativa como o próprio nome já diz, nos remete à representação cultura fora de grandes circuitos. E ao que pode parecer não faço um pedido para cultura alternativa, faço sim votos pra estruturação e seriedade do assunto à nível local(principalmente) e por que não nacional? E um mínimo de opções sejam possibilitadas para o real desenvolvimento e amadurecimento da cultura local, contribuindo com políticas que possibilitem o crescimento concreto do setor.

Resta a nós (artistas, produtores, incentivadores) a humilde iniciativa de levantar as mangas e procurar, ainda mais, alternativas que venham com um diferencial que possa ir além do crescimento em suas estruturas, mas que contribua para o engrandecimento qualitativo no pensamento e cultura que será gerada.

Que este texto seja entendido como uma posição e visão que tenho sobre o cenário cultural local (ou não), e que não pretende encerrrar os assuntos aqui tratados, mas que este possa servir de debate e reflexão de novos caminhos, conceitos e principalmente ações na área.

Comentem à vontade.

Saudações.