Continuando o guia para quem quer beber perto do Mercado Central, chegamos ao Bar do Caçulinha. O estabelecimento de atmosfera amigável é mais um bar belo-horizontino e brasileiro a acolher o desespero de latino-americanos endividados, mas que dormem o sono dos justos, ao contrário dos beneficiados da empresa Gautama.
Nessa parada, Juan, estudante equatoriano de cinema, se junta à mesa. Ele faz parte de uma teia de encontros casuais que o centro proporciona. Por alguma razão não facilmente explicável essa região oferece com certa facilidade conversas entre desconhecidos. Entre uma cerveja e uma dose de pinga, Juan reclama da indiferença com que é tratado no paÃs. Enquanto vendedores ambulantes passam de mesa em mesa quase sem serem notados. Não importa a mercadoria. "Hoje não, obrigado", todos respondem.
Antes do Jornal Nacional começar, alguns aproveitam para jogar umas fichas e tentar a sorte no caça-nÃquel. Quem sabe o noticiário não traz boas notÃcias? Não se pode esmorecer.
O balcão do Caçulinha é digno de conversas filosóficas. Mas pelo adiantado da noite você deve abandonar as cadeiras de plástico e seguir para o próximo bar. Um pouco mais de tempo e a conversa se tornaria existencial por demais.
Esse texto faz parte da série Belo Horizonte Lado B
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