Porque tem horas em que o bom e velho funciona melhor.
Você fica aguardando a resposta dela hoje à noite. 20:40 e ela ainda não decidiu se vai sair com você hoje ou não. Tá querendo descansar, tá de saco cheio da obrigação de sempre ir pros mesmos cantos que todo mundo vai só pra aparecer. Acha tudo aquilo uma bobagem, e prefere ficar só em casa, namorando pela internet até onde der o sono.
E ele fica conversando com ela on-line, pressionando-a se decidir. Ele não agüenta mais esse papinho furado de virtual, pensa que tem coisa que tem que acontecer sempre, como baladas e festas com a namorada, e depois um bom amasso e... quem sabe?
Mas ela tá naquelas infinitas crises existenciais que toda mulher sempre têm. Basta um bom comprimido, conversa e cama. E ele forçando, e ela cedendo. Afinal ela também gosta muito dele, não namora ninguém por namorar. Enfim, decidiram. Um barzinho perto da casa dela, mais à vontade. Iria conversar com ela de verdade, sem outras interferências, virtuais ou reais. A noite seria perfeita, e o desfecho também.
Ufa! Não teria sido bem melhor um simples telefonema, ou uma ida até sua casa? Até seria, mas nesse caso a situação parecia pedir um diálogo mais encorpado, sem o tradicional olho no olho intimidante a quem quer resolver uma situação da qual não tem controle. Enfim, no final o real prevaleceu, e sempre prevalecerá, pois o virtual depende dele, e não o contrário. Em certas situações o que mais se quer é um corpo a corpo bem real, pra resolver qualquer problema amoroso que venha a ocorrer em um relacionamento aberto como este, ou até mais tÃmido como tantos outros.
Na verdade a situação em questão teve origem no relacionamento de um casal, mas poderia ser tranqüilamente uma reunião de negócios, uma pauta para uma matéria jornalÃstica, uma discussão sobre um projeto arquitetônico. Não importa o que está se discutindo, e sim a gravidade do problema. Tanto que, quando o bicho pega, a boa e velha realidade vem à tona rapidamente, e resolve questões que a virtualidade simplesmente não atinge, com sua impessoalidade cada vez mais sufocante. Olho vivo!
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