Ocupar as ruas com cultura e ampliar o espaço da música independente são intenção
No lugar de pranchetas, réguas e computadores, um baixo e muito rock‘n’roll. Nas horas de folga, o formal Alexandre Nagazawa, sócio-diretor da Bloc Arquitetura, dá lugar ao baixista Xan Nagazawa, um dos componentes da banda King Size Box. No último sábado (27), Xan esteve entre os artistas que subiram ao palco da 3ª Edição do Rock Street, evento independente que sacudiu a Praça da Savassi. Além da King Size Box, se apresentaram as bandas Zonbizarro, Lively Water e Colt 45.
Promovida de forma totalmente independente, o Rock Street foi criado com intenção de aproximar músicos e público. Neste ano, a organização escolheu trabalhar com financiamento coletivo, que é, basicamente, uma forma de patrocÃnio em que tanto grandes empresas quanto o público em geral podem fazer doações via internet, com cotas que vão de R$10 a R$500. Como o minifestival é gratuito para o público, essas contribuições servem para subsidiar a insfraestrutura para as performances dos músicos.
Nagazawa compara o festival com as intervenções culturais comuns na Europa e nos Estados Unidos e acredita nele como uma boa forma de ocupação do espaço público. “Pela forma como o Rock Street evoluiu desde a primeira edição, ele merece atenção, especialmente, em um contexto em que falta espaço para bandas independentes. A música fica restrita a festivais de megapatrocinadoresâ€, afirma. Ele acrescenta que, desde sua criação, o projeto aparece como alternativa para ampliar o cenário independente de Belo Horizonte. “É uma espécie de tomada do ambiente público urbano, uma vez que os locais privados priorizam bandas covers e quase não dão chance pra cena independenteâ€, pondera.
“Música, arquitetura e urbanismo acabam se tornando áreas afins, pois não há melhor lugar do que as ruas para se alcançar o público e permitir que a música contribua com a importância que cabe a ela na formação da identidade das pessoas e na arquitetura de uma cidadeâ€, acredita Nagazawa. Ele aponta que tocar não simplesmente ao ar livre, mas em um evento totalmente aberto, sem que as praças ou ruas sejam cercados, promove a troca espontânea entre músicos e público. “Isso amplia a experiência urbana, e enriquece a cultura e identidade das pessoas que vivem ali.â€, finaliza o músico-arquiteto.
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