Será mesmo?

“Cultura não é mero luxo! É um artigo de primeira necessidade!� assim com essa máxima, que beira o dizer de alguém marcado por um latente desespero, poderia ter iniciado este breve texto. Mas tais palavras que soam bem, ecoam na imensidão, se fazem ouvir e retornam quase sempre vazias ao seu autor, não me ajudariam.

Para evitar uma discussão inane, gostaria de deixar claro que uso o termo cultura aqui na acepção de “complexo de atividades, instituições, padrões sociais ligados à criação e difusão das belas-artes� definida pelo dicionário Houaiss.

O que hoje muitos preferem chamar de indústria cultural.

De fato as leis de incentivo à cultura exercem um papel muito importante na realização, bem como na divulgação, da produção cultural contemporânea do país.

Campanhas de popularização de diversas atividades artísticas como teatro, dança, cinema alternativo dentre outros e o merecido reconhecimento da importância de artistas e manifestações culturais regionais enriqueceram ainda mais o já rico e multifacetado cenário brasileiro.

Mas há quem crtique a onipresente subvenção estatal e gostaria de uma indústria cultural realmente funcionasse como uma fábrica e vendesse bem e muito o produto que tem para oferecer.

A produção cultural brasileira seria “cabeça� demais, teria muito “filme-Godard� , muita música “intelectual� imprópria para tocar os negócios(sic), muito teatro “antigo e ultrapassado� e poucos musicais, folclore demais e pouca rentabilidade como produto de exportação.

Almeja-se a rentável quantidade do fútil em detrimento da qualidade envolta em sutilezas.

A diversão trivial e despretensiosa é por conseguinte o que alavancará nossa cultura. Nada mais.

Como bom mineiro, pergunto-me: será mesmo?